14 março 2013


ENTRE PASTORES VAIDOSOS E GAYS HISTÉRICOS, O QUE SOBRA?


Vem rendendo essa discussão em torno do discurso conservador, do Silas Malafaia e os homossexuais. Agora, um novo e vaidoso elemento entra no meio da conversa, o Marcos Feliciano. 
Tudo isso em contra ponto ao deputado eleito (com poucos votos, diga-se de passagem, e só por força da legenda) Jean Willys, que defende a causa gay.
Concordo que o tema família deva ser preservado, na pauta de discussão, da sociedade em todo o tempo. Concordo que devemos manter intacta esta instituição chamada família, a fim de não perder de vista o equilibrio e saúde social.
Se Silas e Feliciano apenas falassem sobre família, eles teriam um apoio quase que incondicional - contudo, suas vaidades não permitem. Eles gostam de estar na mídia, e de serem reconhecidos pela palavra "coragem" - bem, coragem para mim tem o Pedrão, que viveu parte de sua juventude servindo ao Reino no morro do Borel, quando a palavra pacificação era apenas uma utopia - isso para mim é coragem, e não ser destemperado diante da Gabi. Falar a verdade grosseiramente não transforma a verdade em mentira, mas desacredita quem discursa.
Se Silas e Feliciano não fossem exageradamente vaidosos, eles se preocupariam mais com o Reino de Deus, do que com seus próprios reinos. Seriam simples como a pomba, e prudentes como a serpente.
Suas vozes vociferantes, e seus discursos repletos de ódio e aparente vingança - não deixam dúvidas - a família é um pretexto para o contexto de suas conquistas. Com esse discurso, infelizmente terão apenas um apoio restrito e condicional, em sua maioria, por fiéis ao jeito, as palavras e a falsa coragem de cada um e ao falso messianismo que defendem.
Do outro lado, está o deputado Jean Willys, uma caricatura. Seu discurso não pode ser sério. Um dia assistindo uma entrevista sua, em um canal de televisão, ele dizia que lutava para que não fizessem mais piadas para gays. Ou seja, um despreparado.
Por trás daqueles óculos e o jeito de professor que carregou no universo artístico do BBB, ele não convence ninguém.
Sua luta não é pelas minorias, é pelos gays. Seu protesto não é contra aqueles que vivem a margem da sociedade, como ele diz, porque a sociedade não rejeita os gays, na medida que seu discurso sem empolgação quer provar.
Eu tive professores gays na faculdade. As novelas de sucesso são escritas por muitos autores, gays. E colegas da faculdade também eram gays, e continuaram colegas.
Alguém acredita neste discurso de minoria que o deputado quer defender? Alguém acredita que os gays estão sendo perseguidos menos que os paraibanos que vivem em São Paulo? Ou os porteiros dos prédios cariocas? Alguém vai cortar as piadas de anões, portugueses e carecas, que povoam o imaginário do humor brasileiro?
Jean Willys sim, ele é uma piada. Ele não deveria defender essa causa da minoria, porque não é sua causa de verdade. Seu discurso irradia ódio, pré-conceito e uma profunda falta de coerência com o papel que quer desempenhar.
O Brasil está numa enrascada. De um lado um discurso conservador, mas eivado de segundas intenções. Do outro um discurso histérico mais preconceituoso do que o preconceito que quer derrubar.
O que sobra disso tudo então? A resposta eu ainda não tenho, mas sei que no final das contas, o que estamos vendo não é uma defesa pela minoria, nem defesa pela família.