27 dezembro 2007

O que eu espero para 2008

Eu sempre fui um camarada sonhador. As vezes agia como José, sonhava e saía contando os meus sonhos para todo mundo.
Resolvi me imitar, sonhar e contar ao mesmo tempo o que espero para este ano de 2008.
Aliás, antes de conhecer os meus sonhos, devo dizer que fim de ano e começo de outro, é sempre um motivo para pensarmos que as coisas serao melhores, diferentes, especialmente diferentes. Entretanto, como diz Justin Herald, "se nada mudar, nada mudará". Ou seja, não basta mudar o ano, não bastam os minutos patinarem em direçao as primeiras badaladas do novo ano, se na mente e no coração continuamos com as mesmas posturas e pensamentos.
Mas sonho, sonho neste novo ano com uma igreja mais madura. Sonho com pessoas que vivem dentro dela, que trabalhem nela, que se envolvem com ela, sejam motivadas pela graça e amor divinos, e não pelas bençãos que advém da crença em Deus;
Sonho em ver pessoas mais amorosas. Onde o amor que sentem e o amor que vivem, sejam na mesma dimensão. SERÁ ruim ter que escutar pessoas cantando as mesmas canções de comunhão, quando elas não conseguem olhar nos olhos do irmão e vê-lo com amor.
Sonho com um mundo evangelizado, e não comprado, pelas propostas de uma teologia próspera para quem prega. Me causa estranheza ver pessoas vendendo tudo na TV, pedindo tudo na TV, promovendo tudo na TV, mas deixando de dizer o que o evangelho realmente ordena pregar.
Sonho para 2008 realizar alguns projetos. Quero me dedicar a exercícios físicos que abandonei em detrimento de uma agenda necessária.
Sonho em pregar mais do que consegui em 2007. Quero ver pessoas sendo abençoadas pela Palavra do Pai. Quero ve-las sendo edificadas, resgatadas, edificadas, para viverem uma vida honesta e simples diante de Deus.
Sonho também em conquistar coisas materiais das quais desejo, mas como afirmou o Edinho "bem vindo ao clube dos que vivem de milagres", quero manter firme o propósito de viver o evangelho da simplicidade, onde o que tenho não é apenas para mim.
Sonho em escrever mais, chegar a mais lugares e a mais pessoas. Somando tudo que já produzi, acredito que mais de oito mil livros meus foram espalhados em diversos lugares do país e só Deus sabe onde mais. Agora quero ganhar o mundo, chegar a outros lugares e alcançar mais e mais pessoas.
Sonho em viajar bastante neste novo ano. Gosto de viajar, mas quero fazer coisas viajando. Não tenhjo dinheiro para ser turista, mas tenho disposição para ser trabalhador, obreiro do Reino em qualquer lugar que for. Quero ir à China, Israel e Europa...sào sonhos. Mas quero também ir ao Nordeste, quem sabe voltar ao Norte ou ainda ir ao Sul. Quero viajar, quero pregar em diversos lugares, trabalhar.
Sonho e lutarei para dedicar um tempo mais especial ao Matheus. Impor à minha agenda o tempo necessário para ser o "bom pai" que ele precisa e espera, sempre. Quero poder gastar tempo com a Tati, tempo que tem se perdido por tantas outras coisas que este ano produziu. Como foi bom, enquanto íamos ao casamento do Marcelo, poder brincar de "adedonha" no carro, e nós três rimos das palavras que não conseguiamos nominar com a letra marcada. Inventar nome de animal, como "Jelefante" por não lembrar animal com "J".
Sonho em ser um filho melhor do que fui este ano. Menos enjoado com as questões desnecessárias, implicante com as questões que não podem ser mudadas. Quero fazer mais pelos meus pais, ajuda-los mais.
Sonho em casar. Ter os momentos reservados e íntimos de um casal. Conversas animadas, ou tensas, mas que revelem comunicação dentro de casa. Sonho em investir cada gota do meu sangue, e suor numa relação que catapulte minhas emoções ao estágio da felicidade completa. Este ano Danusa se revelou uma mulher de muita fibra, e vem marcando positivamente a minha vida, como uma ajudadora que pode completar este sonho.
Sonho em ler mais. Este ano li pouco. Quero ler vários livros. Livros antigos, livros novos, livros cristãos, livros não-cristãos. Quero ouvir mais músicas, como a de Jazz que Danusa gravou para mim.
Sonho em ser útil para os outros,ajuda-los em suas caminhadas. Quero estender a mão. Este ano estive duas vezes para uma reunião no Hospital do Câncer no Rio de Janeiro, o INCA, neste novo ano voltarei lá, com certeza, mas que meu olhar não veja os corredores vazios, os elevadores, os médidos ou diretores. Que meu olhar veja os enfermos, os familiares sofridos, que me ensinem a ser mais gente, mais humano, menos divino, como frequentemente somos tentados a nos ver.
Sonho em ser um homem melhor do fui, mais bem humorado, menos tenso, mais amigavel, menos chato. Menos exigente, mas nem tanto.
Sonho em ser amigo de quem desejar, quando desejar ou precisar.
Sonho em pastorear os que desejam ser pastoreados, num pastoreio que tenha a cara de Deus, o jeito de Deus, o gosto de Deus, a vontade de Deus, o caráter de Deus.
Sonho em aprender com meus erros. O que significa duas coisas: continuarei errando. E continuarei aprendendo.
Sonho chegar no fim de 2008, e poder, numa madrugada qualquer, pôr meu laptop no colo e escrever novos sonhos para 2009.
Tenha os seus também. Feliz Ano Novo, e como sempre...
Paz e Graça em nome de Jesus.

Notas 2

Ontem foi o casamento dos meus queridos amigos Marcelo e Vanessa, membros da Quarta. Quero deixar registrado aqui no blog este acontecimento abençoador para o meu coraçao. Eu passei por lá, para abraçá-los, beijá-los e vê-los felizes e realizados.
Aproveitei e vi, revi, abracei, cumprimentei, acenei, conversei e compartilhei com muitos que há muito eu não via.

23 dezembro 2007

Aos que visitam, aos que lêem e aos que postam

Chegamos a mais um "Natal". Hoje enxergo ainda mais que este aí de longe tem significado com o que de fato cremos. Cada vez que saio às ruas e não consigo andar, entro num shopping e não consigo atravessar e vejo as pessoas desesperadas procurando roupa, presentes e comida, vejo que este natal a cada dia que passa é menos o natal de Jesus.
Entretanto não sou afeito a falta de educação, portanto, a todos que visitam este site, que lêem os meus textos e que postam comentários, quero desejar que este fim de ano seja rico em bençãos a vocês e a família. Desejo que os sonhos que ainda não se realizaram sejam realizados, e que todos os projetos pensados sejam alcançados.
Quero agradecer a Deus por todos que tem caminhado com carinho comigo nestes dias, cada palavra, gesto, carinho e demonstração de amor são vitaminas à alma.
Um beijo no coração de todos, e que o Natal de vocês seja, de fato, um natal com Cristo.

22 dezembro 2007

apenas notas!

Realizei ontem mais um casamento, agora do Célio e da Thalita, que foram minhas ovelhas na Quarta Igreja, foi uma cerimônia simples, mas abençoadora. Feliz de rever algumas ex-ovelhas ali.

17 dezembro 2007

Os loucos abraçam!

Estava no trem, perto das 15 horas, indo a cidade. O trem é hoje uma ótima opção para viajar para cima e para baixo. Rapido, confortável, principalmente os com ar-condicionado e vazios. MAs ainda trás, toda aquele folclore de todos os tempos. Vendedores ambulantes criativos, pregadores serenos, outros nem tanto, passageiros curiosos e pedintes, dos mais diversos.
O trem é um lugar de aprendizado, como foi neste dia, perto das 15 horas.
Um garoto, com visíveis problemas mentais, entrou no vagão. Só o reparei quando ele se aproximou de mim e foi beijando e abraçando a todas as pessoas que estavam naquele espaço. Uns aceitavam, outros rejeitavam, uns riam, outros se aborreciam, mas todos ficaram observando a passagem daquele menino pelo vagão do trem, distribuindo beijos e abraços a pessoas desconhecidas.
No fim, o alvo do garoto era pedir ajuda. Um saco de mercado na mão e uma certa inocência desfilava pelos assentos. Alguns davam, outros não.
Mas todos riram, quando ele deixou o vagão distribuindo beijos e abraços em todos.
Os loucos beijam. Os loucos abraçam. Os loucos sorriem, e fazem os sóbrios sorrirem também.
Os loucos correm por vagões de trem, e depois pedem solidariedade. Os loucos são livres da culpa, da vergonha, da estranheza das relações azedas, porque poucos querem se relacionar com os loucos.
Os loucos não são pressionados pela força das instituições sociais, porque poucas instituições sociais estão abertas aos loucos.
Os loucos são engraçados, e fazem a vida engraçada.
Os loucos beijam, os loucos abraçam, e muitos tem perdido o valor destes pequenos gestos.

12 dezembro 2007

Ex-aluno da JOCUM promove a morte de 4 pessoas

O nome dele Matthew Murray, idade: 24 anos. Murray foi aluno da JOCUM (YWAM). Interessante que lendo a notícia pelo Assist New Service, indicava que o pai de Mathew era neurologista, especializado em pesquisa sobre esclerose múltipla.
Mathew era um aluno estranho na faculdade, dizia que odiava o cristianismo, embora tenha sido aluno da ETED ha alguns anos atrás, a JOCUM afirma que ele nem mesmo terminou o período de treinamento.
Os pais do assassino se dirigiram as familias atingidas por esta tragédia pedindo perdão.
Segundo um brasileiro que foi companheiro de quarto de Mathew, o assassino tinha mudanças de humor, um carater distorcido e uma aparente raiva da religião, embora sua família, segundo um vizinho, era "muito, muito religiosa".
Bem, a JOCUM não tem nada a ver com isso, é claro. Ela prepara missionários, para levar vida, e não assassinos para propagar a morte.
O que me chama a atenção é que a religião não tem capacidade de mudar caráter, coração e mente das pessoas, como muitos apregoam.
Nos EUA um dos serial killers mais procurados de todos os tempos, era um pacato cidadão, membro de uma igreja evangélica, presidente do conselho da igreja, uma espécie de vice-moderador.
A religião engana, nubla a verdade, promove esquisitices, e faz promessas irreais. Milhões de pessoas tem entrado por este caminho, mesmo nas igrejas evangélicas, e pasmem, hoje, principalmente por lá.
Frequentam cultos, seminários, e tudo o mais, mas nada é capaz de mudar algumas de suas piores características.
A morte desses irmãos americanos por Mathews Murray, é apenas um triste acontecimento, que nos faz pensar que milhoes de pessoas ainda não foram transformadas, inclusive aquelas que um dia disseram que foram.

10 dezembro 2007

Que evangelho é esse?

A cada dia me impressiona mais a capacidade que temos de inventar coisas. No meio evangélico então, nossa identidade com a criatividade não tem mais limites.
Assistindo a um programa televiso "evangélico" (gosto de assistir, aliás duas coisas que gosto e me diverte muito, conversar com bêbado e doido, e assistir programas evangélicos na TV). O apresentador dizia:
- Voce tem que fazer a sua parte. Faça como "Dona MAria" venha a Igreja tal, porque Deus, Ele não vai a sua casa nao!"
As mensagens que ouvimos de madrugada tem testemunhos fantáticos:
- Fulana aqui não tinha nada, agora conta seu testemunha minha irmã.
- Bem "bispo", agora eu tenho 2 apartamentos, uma casa de praia, pago todas as minhas contas em dia, na minha geladeira tenho o que quero para meus filhos, estou agora abrindo uma filial...
- ISso, só porque a senhora estava zangada com Deus nao é?
- Isso Bispo, nao aguentava e nao aceitava aquela situação... Briguei com Deus e disse se Tu É Deus mesmo isso vai ter que acontecer!
Bem, queridos amigos que passam pelo Blog, isso não é evangelho. Não tem a ver com a Palavra de Deus, e é uma distorção das verdades bíblicas.
No evangelho que Jesus deixou para nós, somos servos. Pedimos, nao ordenamos. Ele é quem é o Senhor.
A Bíblia vai referir-se a Deus como o Senhor de toda a terra. Toda a plenitude, tudo que aqui se tem pertence ao Senhor.
O evangelho que alguns pregam hoje, principalmente na tv, que falam de prosperidade que voce vai ter, enrique sim, mas a eles e aqueles que se locupletam de seus "ministérios".
Me impressiona a cara de pau de alguns de fazerem congressos no Brasil inteiro, com os mesmos pregadores, dando ofertas em rodízio aos mesmos pregadores, arrecadando e dividindo aos mesmos pregadores.
É o fogo do avivamento, de seus bolsos, de suas economias, de suas finanças. O evangelho da prosperidade torna rico a todos, que a pregam.
Que evangelho é esse???

02 dezembro 2007

Chegando ao fim de mais um ano...mais um.

Há dois anos atrás eu me despedia da minha igreja, a Quarta Batista em Nilópolis. Era uma manhã, 4 de Dezembro. De lá para cá se foram quase 730 dias, ou seja, exatamente dois anos. De lá para cá pude experimentar diversas experiências, das quais jamais me esquecerei.
Alguns ensinamentos serão transformados em maturidade.
Imagine que um pastor, que vive para a Igreja, trabalha para ela incessantemente, teme por seu futuro. Teme porque sabe, na verdade, que a dureza eclesiástica é muito grande.
Aprendi durante este período coisas maravilhosas, importantes que antes sabia, mas não acreditava que seria possível acontecer comigo. Nào, comigo não, mas ledo engano.
Aprendi, neste tempo, que Deus jamais descuida de você. Ele mantém uma agenda inexplicável de compromissos, onde nunca chega atrasado, jamais esquece, ou dorme. Verifiquei que o texto do salmo 121 "elevo meus olhos para os montes, de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor que fez os céus e a terra", não é apenas poesia, mas verdade.
Aprendi que amor é uma palavra vazia, e amar é um verbo intransitivo, que depende de algo. Sim, depende. Porque muitos que sempre disseram que me amavam, amavam apenas "SE" e não "APESAR DE".
Aprendi, contudo, que existem pessoas que estão contigo em todo o tempo. São aqueles que depois da morte na cruz, vão tirá-lo do madeiro, limpar-lhe o sangue da pele, e encontrar uma sepultura digna para pôr o corpo desfalecido. São "Josés de Arimatéias", que surgem dia após dia, dando significado ao seu ministério, trazendo o consolo de que tudo realmente valeu a pena.
Aprendi também que não podemos mentir quando estamos magoados, nem fingir que não magoamos. Tanto o primeiro, fere a ti, quanto o segundo fere os outros. Na relação humana, para continuar existindo, precisamos aprender a esquecer e a ajudar a esquecer.
Aprendi ainda, depois de um tempo, sem pastorear uma comunidade, que a sua vida é preciosa, não porque você é talentoso, cheio de dons, ou ainda, possui uma carismática forma de ser, mas porque o reino de DEUS conta com poucos soldados, e quanto mais soldados perdemos, mas enfraquecidos ficaremos.
Aprendi também, como não! A Igreja não trata. Mentira. Ela as vezes, mata! Mata por amor. É o crime passional, em que o amor traído atira, para depois atirar em si mesma.
Ufa, não termina. Aprendi nestes 2 anos que a vida é dura. É preciso entender que nem sempre as flores que queremos brotarão na época esperada.
Foram 2 anos, onde tenho esperado coisas ainda por acontecer. Sem pressa, sem ansiedade.
Ah! sim, aprendi algo importante para minha vida, que jamais poderia esquecer: continuo amando a Deus. Continua brilhando meus olhos pela beleza maravilhosa de pregar a Bíblia. Continuo sonhando com uma igreja madura, equilibrada, capaz de gerar adoraçao no seio da congregação e um compromisso missionário capaz de ganhar o mundo.
Aprendi que não podemos aceitar os louros que vem da congregação e deixar enganar o nosso coração, nem desprezar os conselhos que vêm das vozes simples dos bancos da Igreja.
Disse algo no dia 4 de Dezembro, pela manhã, que foi motivo de críticas por alguns mais "santos" do que eu, quando disse: EU SOU UM PRECIOSO INSTRUMENTO DE DEUS, E SEI O QUANTO DEUS QUER ME USAR!
Continuo pensando assim. Sou precioso, porque a Bíblia diz que sou, e não porque eu acho que sou. Não sou porque tenho talentos, sou porque foi talentoso quem me criou, salvou, chamou e sustentou.
Lendo esta semana Richard Baxter, seu livro "O Pastor Aprovado" (The Reformed Pastor), escrito em 1656 traz uma frase que, quando eu li, mexeu com o meu coração. Falando sobre como devemos cuidar de nosso ministério, diz Baxter falando sobre como o diabo, nosso adversário, age: "Ele usa a maior astúcia contra o homem que está empenhado em causar-lhe o maior dano."
Nestes 2 anos que já foram rapidamente embora, trouxeram a mim dezenas de ensinamentos, que por certo serão úteis em toda a minha vida, no resto de vida que Deus, com certeza, já sabe até onde deverá chegar.