25 dezembro 2008

Perplexo com esse tal de antagônico


Como somos complexos. COmo somos antagônicos. Não sei se todos são, na verdade, sei o quanto eu sou complexo, complicado, antagônico.
Sou capaz de rir e chorar sobre situações iguais. Sou capaz de gostar e não gostar das mesmas coisas.
Me impressiona o quanto posso ser amado por tantos, e odiado por alguns. Como é possível alguém olhar para você e desejar andar do seu lado, enquanto outros não querem ouvir o seu nome?
O antagonismo se alastra em mim. A felicidade toma conta um dia, e sem dificuldade posso lembrar das coisas que me causam tristeza.
Não me envergonho dos meus antagonismos, eles me limitam, me põem no chão. Me fazem dependentes de Deus.
Exatamente este antagonismo que me faz enxergar homem é capaz de me fazer sentir um super-herói, portanto, a sua existência é que evita que um dia eu pule de um prédio, achando que posso voar.
O antagonismo nosso de cada dia é incapaz de ser coerente. É capaz apenas de ser um verbo "to be" , ou seja, ser e estar.
Mas nào me desespero. Olho para Jesus e vejo que ele era seguido por uma multidão. Alguns queriam abracá-lo, tocá-lo, enquanto outros desejam matá-lo. Jesus vivia o antagonismo de ser santo para alguns e filho de Belzebú para outros.
E o que falar de Paulo? Amado em Filipos, odiado em Tessalônica. Amado por Lucas, destratado e abandonado por Alexandre, o latoeiro. Mas também, Paulo vivia o ápice do antagonismo, que o permitiu "fazer o que não queria, e deixar de fazer o que devia".
Meus antagonismos continuam, enquanto continua minha jornada nesta terra. Contudo, desejo profundamente que Deus continue cuidando, para que eu consiga ser coerente com a minha fé, com a minha chamada e com o amor que tenho por Ele.
Você, contudo pode gostar ou não do que sou, ou do que escrevi. A bem da verdade, sempre existirão os que acham o máximo o que eu digo, enquanto outros não acham a menor graça...ponham na conta desse tal de antagonismo.

24 dezembro 2008

Para um natal feliz, seja feliz!!!

Este é o desejo que todos falam a todos, todos os anos: feliz natal! Quantas pessoas ouvem isso e já, automaticamente, pensam que a noite natalina precisa realmente ser feliz.
Mas,pensemos, sem demagogia e nem pieguismo exagerado: como vai ser o natal de algumas milhares de famílias catarinenses? E a turma de Cardoso Moreira? E o pessoal de Campos?
Como será o natal de alguns meninos que dormem nas ruas, ou homens e mulheres que nao possuem casas para morar?
Como será o seu natal, separado da esposa ou do esposo? Brigado com o filho ou os filhos?
Como será o seu natal endividado, sem roupas novas, sem nada novo, ou melhor, com os altos juros, a cada dia um novo saldo devedor?
Me diz, com sinceridade: você tem pensado em ter um feliz natal, mesmo sabendo que está enfermo? Ou ainda, será que tem como se ter um feliz natal, sozinho?
O natal de muita gente depende de como as coisas vão estar ao redor. A verdade, e a bem de toda verdade, o natal para a maioria das pessoas apenas tem cheiro de natal, porque a gordura açucarada exala da cozinha as quentes rabanadas, ou o forno exibe-se aquecendo um pernil, que será devorado com avidez.
O natal de algumas pessoas só é feliz quando tudo vai muito, mas muito bem. Não há dividas, nào há dores, não há brigas, só amores.
Eu quero um natal feliz, mesmo sabendo que nem tudo que sonhei aconteceu. Quero experimentar um natal feliz, mesmo sem comprar a roupa da marca que desejei. Quero um natal feliz, mesmo sabendo que algumas dores invadem minha alma ou ainda meu corpo.
Descobri que quero um natal sem nenhuma preocupação com coisas externas, um natal que expresse minha fé na razão do natal, que é Jesus. Quero um natal onde possa orar com minha família, porque já faço isso, com frequência com eles.
Um Natal feliz, muito feliz. Feliz porque Deus, com sua graça me ama e ama mais do que todos. Feliz, porque sei em quem tenho crido e estou bem certo que é poderoso, pra guardar o meu tesouro, até o dia final.
Desejo a você um natal sem nada que lhe confunda o olhar. Um Natal sem árvores, sem luzes, sem cores, sem sabores. Quero desejar a você um natal puro, onde Cristo vai ser glorificado, exatamente porque será lembrado em casa, "que um menino nos nasceu, um filho se nos deu...". Meu natal será feliz, exatamente porque Ele me faz feliz de verdade.

15 dezembro 2008

UM TESTEMUNHO DE FÉ



Este é o testemunho de Imacullée Ilibagiza. Uma Ruandesa que sofreu com o genocício, que matou milhares de pessoas em seu país.
Infelizmente, não tem tradução sua entrevista. Contudo, Imacullée, que hoje trabalha nos Estados Unidos, na ONU e tem um site, fala sobre a luta racial em seu país. Fala sobre como pessoas estavam sendo perseguidas e mortas. Ilibagiza narra como foi salva, através da instrumentalidade de um pastor, vizinho da família, que pôs 7 mulheres trancadas em um pequeno bannheiro. A fé em Deus, fez com que esta mulher fosse salva. A esperança num Deus que pode fazer milagres transformou a história de Imacullée Ilibagiza. Mais uma vez peço desculpas por não ter tradução. Prometo que buscarei informações maiores sobre Imacullé, e posto aqui no blog.
Mais uma dica, há um livro publicado no Brasil sobre a história de fé de Imacullé Ilibagiza, vale a pena saber mais sobre esta mulher.

03 dezembro 2008

O que se falam por aí?


O pr.Lécio Dornas escreveu recentemente o livro "O que a Bíblia diz, sobre o que todo mundo diz". O texto trata dos provérbios populares que são comumente usados e abusados por todos, profeticamente escritos nos pára-choques de caminhões estrada a fora, e filosóficamente dita por "sábios" de plantão. Ele usa os provérbios e faz um paralelo com princíios bíblicos que produz ensinamentos verdadeiros.

Pois bem, escrevo de um consultório médico. Trouxe minha mãe para um tratamento que faz vez por outra num excelente profissional, em Niterói. Como o tempo de espera lá se compara ao tempo de espera nos telefonemas para os call centers, vim previnido. Trouxe meu computador para poder continuar a escrever (estou preparando um novo livro).

Fiquei no corredor, na espera. Enquanto minha mãe aguardava, ouvia as conversas num pequeno espaço, esprimido entre os pacientes que esperavam.

O que as pessoas conversavam? Bem, o que as pessoas falam por aí.

Uma elogiava a novela das oito. Dizendo que a "fulana"trai o fulano na cara de pau! "E olha que ela nem é uma "gostosona"(sic) de primeira", dizia uma senhora enfurecida. Outra já dizia que se encontrasse o Malvino Salvador, nao sabia o que faria: "Ele me tira do sério!", dizia a senhora.

Uma outra dizia, "olha essa dor!!! Saravá meu pai", já deixando claro sua profissão de fé!

Outra reclamava do tempo aguardando...a reclamação era engraçada: POxa!!! Esse médico demora demais com os pacientes". Num tempo em que médicos atenciosos estão se tornando raros, a reclamação soava até como ironia.

Falavam sobre o a viagem, sobre os outros, sobre tudo...sobre novela, sobre doença (ah sim, sobre doenças então- a impressão que dá é que é uma comunidade do orkut "eu tenho um tipo de doença como voce!". Ah, sim, e não faltavam o comentário da novela das duas, que passava na televisão ao alto. Uma paciente chamou a atençao de todo mundo, quando uma cena inclinava para o barraco dos barracos. Ah ta, os atores são assim na vida real! Decretava outra.

E sobrou até para a vida particular do Pedro Bial (uma informava que ele tinha 5 filhos, um com cada mulher diferente - claro que não levo em conta ser ou não ser isso verdade).

As pessoas não tem nada dentro de si mesmas. Precisam de atores para salvar seu imaginário. Precisam de pessoas para para incendiar suas emoções. Precisam de fatos novos para renovar seus comentários. Precisam de fofocas para difundir seus mundos. Precisam de notícias para valorizar seus mundos.

Bem, é aí que entramos. Muitos de nós fazemos esta mesma agenda pessoal.

É aí que decidimos transformar nosso tempo em bom tempo. Isso porque podemos falar de tudo de novelas, de negócios, de futebol, sem que sejam as razões de nossas conversas. Temos que mudar o foco dos "papos"que acontecem por aí. Que tal falarmos de gente que sofre e que precisa de ajuda? Que tal falar de Santa Catarina e suas dores? Que tal nos incomodarmos com aqueles que foram feridos na alma e que precisam de nós? Que tal pensarmos um pouco na vida real que nos cerca? Que tal deixarmos um pouco a vida da TV que tanto nos assedia e procurarmos ver, de fato a realidade que nos cerca?
Que tal deixarmos de apreciar os pregadores da televisão e valorizarmos o pregador que põe o terno, apaixonado para falar a noite, numa capela pequena numa roça por amor a Deus e o evangelho?

Que tal sermos sinceros conosco mesmos, e pensarmos o quanto tem sido dificil para nós vivermos neste mundo sem fazer diferença? Muitos cristãos no mundo real, na vida real, tem sido apenas atores do mundo gospel, número na estatística do IBGE, registro nos anais da igreja e símbolo de uma religião que cresce no país.

O que as pessoas falam por aí, demonstra o que elas são e tem por dentro. O que nós somos por aí também.