31 dezembro 2013


Deus também tem uma agenda

Pr. Lécio Dornas*

Normalmente pretendemos que Deus tome parte, do nosso lado, nas demandas do nosso dia a dia. Nem sempre o buscamos, nem sempre o convidamos, nem sempre oramos, mas de alguma forma cremos que Deus, no automático, já vem, sempre que necessitamos, e age em nosso favor. É o pressuposto inexplicável da inserção divina na nossa rotina, por iniciativa própria, sem qualquer sinalização ou pedido de nossa parte.

 

Assim, se estivermos doentes, esperamos que Ele nos cure. Se estivermos confusos, que nos esclareça; tristes, que nos alegre; encrencados, que nos dê um escape; falidos, que nos soerga. Mesmo que não supliquemos, temos a expectativa de que Ele intervenha em nosso favor.

 

E Deus deseja mesmo participar do nosso cotidiano. Ele é o Pastor, que nos acompanha na travessia do vale; é o Emanuel, Deus conosco; o verbo, que se fez carne e habitou entre nós; o “bendito” que veio em nome do Senhor; o Deus-homem, que prometeu estar conosco até o fim (Mateus 28.20).

 

Mas Deus também tem uma agenda. E nos convida a, com ela, nos envolvermos. Deseja ver-nos, com ela, ocupados!

 

Na agenda de Deus há uma prioridade: Conquistar o coração de todas as pessoas (João 4.23); um desejo: Reproduzir a mente Cristo em cada um dos seus filhos (Romanos 12.2); um foco: Impactar a vida das pessoas  com a Sua Palavra (Colossenses 3.16); um duplo critério: Justiça e misericórdia (Gálatas 6.7; Lamentações 3.22); e uma obstinação: Santidade (1 Pedro 1.16).

 

À medida em que aceitamos o convite de Deus e nos envolvemos com a Sua agenda, o nosso coração vai ficando mais desejoso de O chamarmos para o nosso ‘que fazer’ diário, e a nossa rotina vai se tornando mais convidativa à participação divina.

Em 2014, portanto, envolvamo-nos mais com a agenda de Deus.

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*Pr. Lécio Dornas é o gerente do Ministério Brasileiro da American Bible Society, nos EUA. Também coordena a Equipe Ministerial da Primeira Igreja Batista Brasileira de Orlando, na Florida.

 

01 abril 2013

14 março 2013


ENTRE PASTORES VAIDOSOS E GAYS HISTÉRICOS, O QUE SOBRA?


Vem rendendo essa discussão em torno do discurso conservador, do Silas Malafaia e os homossexuais. Agora, um novo e vaidoso elemento entra no meio da conversa, o Marcos Feliciano. 
Tudo isso em contra ponto ao deputado eleito (com poucos votos, diga-se de passagem, e só por força da legenda) Jean Willys, que defende a causa gay.
Concordo que o tema família deva ser preservado, na pauta de discussão, da sociedade em todo o tempo. Concordo que devemos manter intacta esta instituição chamada família, a fim de não perder de vista o equilibrio e saúde social.
Se Silas e Feliciano apenas falassem sobre família, eles teriam um apoio quase que incondicional - contudo, suas vaidades não permitem. Eles gostam de estar na mídia, e de serem reconhecidos pela palavra "coragem" - bem, coragem para mim tem o Pedrão, que viveu parte de sua juventude servindo ao Reino no morro do Borel, quando a palavra pacificação era apenas uma utopia - isso para mim é coragem, e não ser destemperado diante da Gabi. Falar a verdade grosseiramente não transforma a verdade em mentira, mas desacredita quem discursa.
Se Silas e Feliciano não fossem exageradamente vaidosos, eles se preocupariam mais com o Reino de Deus, do que com seus próprios reinos. Seriam simples como a pomba, e prudentes como a serpente.
Suas vozes vociferantes, e seus discursos repletos de ódio e aparente vingança - não deixam dúvidas - a família é um pretexto para o contexto de suas conquistas. Com esse discurso, infelizmente terão apenas um apoio restrito e condicional, em sua maioria, por fiéis ao jeito, as palavras e a falsa coragem de cada um e ao falso messianismo que defendem.
Do outro lado, está o deputado Jean Willys, uma caricatura. Seu discurso não pode ser sério. Um dia assistindo uma entrevista sua, em um canal de televisão, ele dizia que lutava para que não fizessem mais piadas para gays. Ou seja, um despreparado.
Por trás daqueles óculos e o jeito de professor que carregou no universo artístico do BBB, ele não convence ninguém.
Sua luta não é pelas minorias, é pelos gays. Seu protesto não é contra aqueles que vivem a margem da sociedade, como ele diz, porque a sociedade não rejeita os gays, na medida que seu discurso sem empolgação quer provar.
Eu tive professores gays na faculdade. As novelas de sucesso são escritas por muitos autores, gays. E colegas da faculdade também eram gays, e continuaram colegas.
Alguém acredita neste discurso de minoria que o deputado quer defender? Alguém acredita que os gays estão sendo perseguidos menos que os paraibanos que vivem em São Paulo? Ou os porteiros dos prédios cariocas? Alguém vai cortar as piadas de anões, portugueses e carecas, que povoam o imaginário do humor brasileiro?
Jean Willys sim, ele é uma piada. Ele não deveria defender essa causa da minoria, porque não é sua causa de verdade. Seu discurso irradia ódio, pré-conceito e uma profunda falta de coerência com o papel que quer desempenhar.
O Brasil está numa enrascada. De um lado um discurso conservador, mas eivado de segundas intenções. Do outro um discurso histérico mais preconceituoso do que o preconceito que quer derrubar.
O que sobra disso tudo então? A resposta eu ainda não tenho, mas sei que no final das contas, o que estamos vendo não é uma defesa pela minoria, nem defesa pela família.

27 fevereiro 2013

ESTOU COMEÇANDO A ACHAR QUE NÃO POSSO SER EU

Li o texto da jornalista Carmem Guerreiro, divulgada no meu face pela Marcia Heringer. Li com gosto, e com deliciosa surpresa o texto "A arrogância segundo os medíocres". Destaquei um trecho das palavras da autora: "Essa censura intelectual me deixa irritada. Isso porque a mediocridade faz com que muitos torçam o nariz para tudo aquilo que não conhecem, mas que socialmente é considerado algo de um nível de cultura e poder aquisitivo superior. E assim você vira um arrogante. Te repudiam pelo simples fato de você mencionar algo que tem uma tarja invisível de 'coisa de gente fresca'.".
Guerreiro se referia a um gesto quase de reprovação sobre a compra de um sapato que fez na Colômbia. Segundo ela, se tivesse dito que teria comprado na 25, em Sampa (lugar onde tudo é barato), ela teria a mesma alegria por usar algo que gosta e os que a reprovaram, também, porque assim ela seria super "popular".
Vou ser honesto, queria ter escrito o que ela escreveu, mas como não pensei, não consegui e minha capacidade intelectual não alcançou, vai aqui o que penso também sobre o tema.
Almoçava com alguns amigos, no meu aniversário. Escolhi um restaurante super legal, aliás, digamos apenas legal, para comemorar com eles, enquanto dois desses amigos, brincando, é claro (mas razoavelmente sérios), diziam que eu era metido por escolher lugares como aqueles. (Verdade, por que no dia do u aniversario eu nao escolhi a praça de alimentação de um shopping, onde pessoas super educadas ficam em pé ao seu lado, esperando você acabar de comer, e torcendo sair rápido?).
Eu, metido??!!!! Me surpreendi com a acusação vindo de um que só usa sapato de pelica (que eu jamais tive coragem de pagar por um) e outro que escolheu morar num dos bairros mais emergentes da cidade (enquanto eu moro ainda num apartamento pequeno, mal mobiliado e simplório, que é mais do que simples).
Se falar que viajei para fora do país, sou metido. Então falarei de minhas incursões a Nova Iguaçu e Queimados, para ser popular? Se estudei no exterior é crime? Omitirei minha passagem lá fora, e lembrarei apenas da faculdade que fiz no Riachuelo.
Não posso dizer que escrevi livros, serei o autor mais desconhecido, ou usarei um pseudônimo, e manter-me-ei escondido - manter-me-ei é de gente fresca - me manterei, como Bruce Wayne ou Peter Parker.
Ah e não quero mais conversar em inglês com ninguém, para treinar, antes que esqueça tudo de vez, e vou me obrigar a conversar em português - e para ser popular, de verdade, começarei a dizer "para mim fazer", porque me aproximo das classes sociais e não serei visto como um arrogante que usa o conhecimento para ser melhor do que o outro. E ao encontrar um americano, farei gestos, e tentarei usar as libras para me comunicar.
Por que as pessoas reprovam aquilo que não curtem ou não conhecem? Por que as pessoas tendem a estereotipar os outros? Por que, informalmente pessoas se tornam vaidosas apenas porque lutaram por aquilo que sonharam?
Já tive muita vaidade, confesso. Mas a vida me ensinou a valorizar pessoas e não coisas. Tudo que aprendi tenho usado para servir pessoas. O conhecimento que adquiro, até hoje, é para comunicar de forma simples, a única coisa que vale a pena na minha vida: o evangelho.
As roupas que visto, compradas em sua maioria, em lojas simples da cidade, revelam o meu gosto, não o meu caráter.
Até quando teremos que mentir sobre nós mesmos, para sermos aceitos por aqueles que não curtem o nosso jeito de viver e encarar a vida? Até quando teremos que parar de comer sushi, e partir para a buchada de bode para ser do povo? Até quando terei que lutar para eu não ser eu mesmo?
Até quando as pessoas continuarão a ter carros maravilhosos, sem gasolina, casas fantásticas sem comida, e famílias fotogênicas sem alegria?
Olha, não me roubem a alegria de ser eu mesmo, está bem? Demorou mais de 4 décadas para Deus esculpir-me até agora, e eu dei muito trabalho a Ele e a mim mesmo, para ser o que sou.

22 fevereiro 2013

IDOLATRIA EVANGÉLICA - FUGIR, ENFRENTAR OU DISSIMULAR?

Por muito tempo a batalha protestante, no Brasil, era tentar conduzir milhões de brasileiros a fugir da idolatria de imagens, que sempre foi uma marca de outras religiões, como catolicismo e religiões afro.
Nosso argumento baseam-se em textos bíblicos, como um dos 10 mandamentos, que exige que não teremos diante de nós imagens de escultura. Literalmente o texto diz assim: "Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam." Êxodo 20:4-5.
Segundo líderes católicos, e aqueles que ali frequentam, não se deve confundir adoração com apenas o sinal de respeito pela história, arte ou qualquer outra coisa mais.
Pois bem, pensando no quintal da minha casa, e não no quintal dos outros, percebo nitidamente que enveredamos por uma caminho extremamente estranho. 
Não há ídolos nas paredes, mas há ídolos no altar.
Músicos cristãos são mais citados que a Palavra de Deus. Deixaram de ser adoradores, para serem adorados. Seus shows, cheios de pirotecnia, em nome de Jesus, são caros, cada vez mais raros dentro de templos cristãos, e estão cada vez mais próximos de ídolos gospel, do que simples cantores cristãos prontos a servir ao Mestre de Nazaré.
Isso vale também para pastores. Infelizmente, alguns deixaram a posição de servos, para serem apenas servidos. Deixaram de lado a modéstia verdadeira, pela modéstia plástica - fazer tudo em nome de Jesus, não significa fazer tudo para Jesus. As vezes usar seu nome só pretende dar autoridade a quem não tem.
Em nome de pregar o evangelho, tomamos conta de espaços preciosos. Sei, argumentarão alguns, que o importante é que o evangelho está sendo pregado. Neste caso, "se todo o fim justifica o meio", devo concordar com o trecho do livro ABUSADO, de Caco Barcelos, quando um dos traficantes do Morro Dona Marta aponta a arma para um outro bandido jurado da morte e diz: aceita a Jesus! Aceita a Jesus! - o bandido trêmulo, com uma arma na cabeça, não tem alternativa, e diz aceito - para no mesmo minuto o estampido de vários tiros estourar sua cabeça - ou seja, morto mas salvo!?
É isso mesmo? Ou então, se fim justifica o meio - apoiemos o malufismo - que rouba mas faz?
Alguns pastores midiáticos estão adulterando a Palavra. Mas são os que mais recebem ofertas, e mais populares entre o meio evangélico - sendo defendidos por uma ala evangélica cegamente manipulada, e em crise de identidade.
Somos idólatras? Será que estes que nos conduzem a adoração, que sobem ao púlpito para pregar e ensinar a Palavra, estão ensinando-nos o caminho ou estão se locupletando daqueles que seguem o Caminho?
No momento que os adoradores perceberem o caminho da adoração, que os seguidores do Mestre retornarem ao caminho, deixaremos de protagonizar uma das mais incoerentes momentos da história: crescemos em número, mas nos apequenamos em consciência, coerência, e ética.

21 fevereiro 2013

NÃO SABE BRINCAR, NÃO BRINCA – ATÉ QUANDO A VIDA DO OUTRO VALE UM GOL?
Ontem, segundo a polícia Boliviana, torcedores do Corintians, lançaram um rojão, após o gol dos paulistas, que atingiu um menino de 14 anos nos olhos. O garoto não resistiu e faleceu.
Os torcedores bolivianos gritaram para os brasileiros chamando-os de assassinos. A polícia prendeu 12 suspeitos. Jogadores do clube paulista choraram, deram entrevistas emocionados, mas o que resta é que lá na altitude boliviana, uma família chora copiosamente a morte de um garoto no inicio da vida.
Honestamente perdeu a graça já há muito tempo.
No último flamengo e vasco, um torcedor vascaíno foi morto, por um outro torcedor...vascaíno. Na final do campeonato brasileiro de 2009, a torcida do flamengo protagonizou uma comemoração bizarra, com socos, paus e pontapés entre eles mesmo. Não é a primeira vez que fazem isso. Num campeonato carioca, uma torcida organizada rubro negra, parou um ônibus de uma outra torcida organizada do fla, e travaram uma briga com direito a foice que ceifou a vida de um torcedor.
E assim acontece em todos os lugares, e estádios do Brasil.
Aliás, acontece violência até no face, quando brincadeiras transformam-se em ofensas pessoais e posts ameaçadores.
As pessoas não conseguem entender que isso é só futebol? Que quando seu clube é campeão sua vida não muda em nada, e quando ele perde ou é rebaixado, nada muda também?
É difícil compreender que ao final de uma partida, devemos voltar para nossas casas para continuar da nossa vida e que ela não pode ser interrompida, porque alguns "apaixonados" por seus times, e desapaixonados pela vida, resolveram transformar em choro e dor a vida de outros?
Não quero mais brincar disso não. Vou a jogos, constantemente, mas não irei mais a estes com duas torcidas rivais.
Não vou mais por em risco a minha vida, a vida da minha família, a ponto de ser cercado por "bandidos", travestidos de torcedores.
Isso revela, claramente, o carater de quem torce. É como no trânsito, quando o camarada fecha você, dirige bêbado, ou avança um sinal vermelho, ou faz zig zagues pelas ruas da cidade, ele está apenas revelando um pouco de sua personalidade distorcida e seu caráter estragado.
Não vou brincar mais disso não.
Enquanto as pessoas acharem que torcer para um clube significa pôr a vida de outros em risco, futebol para mim vai ser na TV, ou ainda, no máximo, quando o outro lado da arquibancada estiver silenciosa e vazia.
Pr. Wellison Magalhães – 21/02/2013
DIGA NÃO A ESTE CARNAVAL...

Nem é pelo samba. Afinal de contas como não gostar de um som melodioso de um Cartola? Como não degustar a sonoridade poética, cultural e musical de Noel?
De fato, não sejamos hipócritas: existe "festa" mais bonita, em algum lugar do mundo, onde reúna alegria, criatividade, e beleza, como um desfile de carnaval? Acho pouco provável.
Contudo, o carnaval não reúne apenas alegria, criatividade e beleza. Não são mais poemas de Cartola ou sonoridade de Noel.
Carnaval é sinônimo de depravação, promiscuidade, mortes, traições, bebedeiras, e doideiras, das mais diversas, impossíveis de enumerar.
A festa da carne é levada a sério, tão a sério que muitos que passam um tempo espirituais, se dobram a ela, por 4 dias.
Não combina, ok? Não, não combina. Nossa vida com Jesus não combina com o conteúdo desta festa. Não somos dali. Não pertencemos a este universo.
Não podemos concordar com mulheres que vendem seus corpos, e os exibem, como se fossem objetos de exposição em feirinha hippie.
Não podemos nos alegrar, quando adolescentes, de todas as idades, aproveitam estes dias para transformar em inferno o restante dos seus anos.
Não podemos fechar os olhos, para as estruturas demoníacas que se criam ao redor desta grande festa.
Não sei se precisamos de um retiro para não encarar o carnaval. Não creio que precisamos de mosteiros para afirmar que não fizemos a decisão pela festa da carne.
A única coisa que eu sei, é que se sou cristão, e sigo o Nazareno, e se quero parecer-me com Jesus, não posso concordar com uma festa onde milhões gastam milhões, para uma alegria efêmera, passageira e fugaz.
Por isso, diga não a este carnaval. Tente usar esses dias para viver, onde estiver, dias de paz, verdadeira alegria, e serenidade.
Curta um bom som, faça poesia, escute Cartola sem hipocrisia.
Não se perca nas propostas imorais de uma festa passageira, você verá que no final do dia, se isso acontecer, você terá se tornado apenas mais um folião, atrás de um bloco, correndo em busca de alegria, mas que resultou numa baita desilusão.
Pois bem, se carnaval fosse alegria de verdade, ninguém abusava da fantasia.
Bom feriado a todos!
PARA QUANDO DÓI O CORAÇÃO

O sol aparece, no início do dia, dizendo que o calor seria "eterno". Um céu azul de brigadeiro, se avistou diante de todos, no Rio de Janeiro, nesta manhã de sexta.
Mas, para muitas pessoas hoje, o dia amanheceu cinzento. Sem nenhuma graça, os mais diversos tons de cinza não fazem diferença alguma quando dói o coração.
E como dói. Como dói o coração da gente quando a vida nos dá um solapão.
Como dói quando escoa pelos nossos dedos a possibilidade de termos o que sonhamos, queremos, desejamos e não podemos.
Como dói o coração da gente quando sofremos porque provocamos o sofrimento, e quando sofremos quando nos provocam.
A vida recheada de dor é assim. Mas o que fazer quando dói o coração?
Eu, particularmente, prefiro alguns caminhos, que aproveito para compartilhar.
1 - Olhe para o Alto - Existe Deus! Ele existe. Nossa dor é amenizada pela fé que temos nEle. Lá do alto ele vê seus filhos queridos, criados a sua imagem e semelhança, e sabe como é duro o sofrimento. Ele tem um bálsamo para o coração da gente. Ele não trata nossa dor com band-aid, ele trata nossa dor com sua mão poderosa. Ele sabe o que dói na gente.
2 - Olhe para dentro da sua alma - Deixe o choro humanizar você. Ponha para fora suas dores incontidas dentro do coração, esvazie completamente. Expurgue. Deixe rolar com facilidade as lágrimas que traduzem sua dor. Quanto mais nos humanizamos, quanto mais nos sentimos fracos, mais fácil ficará tratar as nossas chagas, geradas pela vida. Seja gente! Se chorar é para os fracos, enfraqueça-se! Mas não se permita transformar em mentira uma dor verdadeira que aperta o peito.
3 - Enfrente a vida - Quando dói o coração, e ele dói, o desejo é que a gente despeça a alma, e enclausure-se dentro de nós mesmos, "des-vivendo". Enfrente. Nenhuma dor é para sempre, com a mesma intensidade. Tenho dito que enfrentar dores tem sido meu ritual ao longo da vida. Se isso fosse um curso, meu pós doutorado em sofrimento teria me gabaritado a ensinar sobre dor no mundo inteiro. Mas não posso, pela 4a forma de enfrentar a dor, que compartilho agora:
4 - A dor é sua, mas divida com alguém um pouco dela. Não existem dores iguais. Não existem sofrimentos iguais. Por isso o que Paulo sentiu, o que Jesus sofreu, o que José viveu, e o que você vive não se comparam as minhas, nem com as de ninguém. Como afirma Sergio Pimenta "so quem sofreu, pode avaliar a dor".
Quando dói o coração, e ele dói...precisamos saber o que fazer, para não sucumbirmos diante de tanta dor.
Paz e Graça a todos cujo coração também dói como o meu.
Wellison Magalhães - 15/02/2013.
RAZÃO E SENSIBILIDADE

Não é uma cópia. Apenas peguei emprestado, o título deste filme maravilhoso de Ang Lee, com a divina Emma Thompson. A película narra a história de uma família que enfrenta, como muitas por aí, relacionamentos complicados, e que atinge duas mulheres em especial, que agem, como diz o título, uma com a razão e outra com a sensibilidade.
Isso me fez pensar, como algumas pessoas tem enorme dificuldade de equilibrar suas ações, pensamentos, juízos, e outras coisas mais, entre a razão e a emoção.
Não é incomum ver pessoas racionais, que somente conseguem ver o dia e noite, verdade e mentira, céu e inferno. Vivem sempre no limite do dualismo humano, querendo sempre uma resposta racional para explicar seus julgamentos. Pessoas assim tem enorme dificuldade de ver além, de enxergar com o coração. Massacram a emoção alheia, exatamente porque petrificaram suas próprias emoções.
Por outro lado, existem pessoas que não conseguem discernir um palmo além de seu próprio nariz. Não distinguem cores, porque apaixonam-se por todas elas. São incapazes de lidar com a vida de forma concreta, porque a subjetividade e passionalidade são os tons de cinza de suas caminhadas.
Quero aproveitar este espaço, que tem nos sido dado, cá entre nós, para propor o equilíbrio. Quero sugerir uma caminhada pelo prumo da vida, onde sejamos capazes de distinguir verdade e mentira, ao mesmo tempo de cuidar dos por quês.
Sugiro que consigamos ver além do que nossos olhos conseguem, e tentar sentir o bater singelo do coração. Principalmente quando o assunto for pessoas.
Façamos como o Nazareno. Enquanto judeus viam um ladrão, traidor e usurpador, Ele viu um seguidor fiel. Enquanto alguns viam apenas uma inimiga do povo, junto ao poço Ele viu uma mulher que necessitava de graça e conhecimento de Deus. Enquanto todos viram uma adúltera, ele viu uma mulher fragilizada, quebrantada e envergonhada pelas escolhas da vida. A racionalidade de Jesus manda não pecar mais, e sua sensibilidade a deixa ir embora sem ser apedrejada.
Que tal vivermos o ponto de equilíbrio na vida? Que tal desfrutarmos de uma mente e coração centrados? Que tal descobrirmos que existe algo além do que nossos olhos podem ver?
Afinal de contas precisamos aprender a conviver com a sensibilidade que nos faz misericordiosos, e as obrigações da razão que nos levam ao sacrifício.