30 junho 2008

O que Deus diria, se fosse membro de uma Igreja?


Todos os dias tenho a experiência de conversar com alguém, cuja a alma, está transtornada por experiências esquizofrênicas dentro da Igreja.
Antes que alguém diga que nunca pensei assim, posso provar que minhas pregações sempre foram recheadas de elementos que denunciavam uma loucura nas liturgias, teologias, e comportamento de muitos membros de igreja.
Na verdade a culpa não é de Deus, nem de Jesus Cristo, muito menos do Espírito Santo. Não podemos olhar para a Igreja e dizer que não queremos saber mais dela, por conta deles. Nem o contrário, ou seja, não queremos saber deles por conta da Igreja.
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, já diz a filosofia popular.
A Igreja, como instituição religiosa, entretanto, merece nossa crítica, e nossa reflexão. Ela hoje espelha púlpitos sem autoridade, unção e profundidade, quando se esmera apenas em pregar a prosperidade como foco central de sua mensagem.
A Igreja, como instituição religiosa, está longe de ser uma comunidade da comunhão. Porque comunhão para alguns é conviver apenas com aqueles que não lhes fazem mal. É abraçar apenas aqueles que lhes proferem palavras "amigas", mesmo que a amizade seja "eterna enquanto dure".
A igreja, como instituição religiosa, está fadada a fracassos evangelísticos, porque seu foco se tornou apenas a alma do indivíduo em números, para fazer parte das estatísticas dos mais bem sucedidos "C&OS", que ampliou sua paróquia e ampliou os números das entradas financeiras.
A Igreja, como instituiçao religiosa, precisa rever seus conceitos de importância. Porque algumas comunidades ainda se vêem engolindo camelos e coando mosquitos. Ou seja, são capazes de brigar por vaga no estacionamento, e sequer chorar com um assassinato na porta do seu templo.
A Igreja, como instituiçao religiosa, tem vivido um dos momentos mais dificeis da sua história, sem querer ser o pessimista de plantão.
E antes que me acusem, me defendo. Amo a Igreja, amo pastorear pessoas, pregar e fazer com que uma comunidade cresça e aparesça. Entretanto, nada me incomoda mais em ver que o que alguns chamam de prosperidade e avivamento, nada mais é do que publicidade e vento.
Paz e Graça.

26 junho 2008

Impressões sobre a Fé nos dias atuais


Volto ao Blog. Depois de um tempo postanto "irresponsavelmente" entre semanas, quero me dedicar a plantar pensamentos e reflexões, minhas ou não, semanalmente.

O blog recomeçou com cara nova. Foi uma "obra" de meu irmão Wagner, que é WebDesigner.

Quero começar pensando a fé, nos dias atuais.

Tenho me dedicado a pensar a vida cristã como sendo algo que transcende a formalidade dos teólogos intelectuais e o frenesi de alguns neo-pentecostais.

Gosto de pensar a fé cristã com o "entendimento" pregado por Paulo, e o fervor empírico sentido por Isaías, quando "vê" os querubins ao redor do trono.
Infelizmente o que contemplamos hoje, via RÁDIO ou TV, são pregadores que pretendem ser porta-vozes da fé, da mensagem evangélica, mas parecem abdicar da mensagem do evangelho.

Encontramos uma pregaçao que fala de somente de cura, de dinheiro e prosperidade, e vitória sobre tudo, e menos uma contemplação do Cristo, que nos prepara para o mundo.

Pensar a fé nos dias atuais, em minha opinião, reclama um tempo de reflexão sobre a vida, como ela é, alá Nelson Rodrigues.

Porque a vida, como ela é, é dura, é difícil, é crítica. A vida que as pessoas vivem incluem separações, perdas, prejuízos, mortes, desastres, brigas, questionamentos, dúvidas, medos, depressões. Inclui também, é claro, vitórias, sorrisos, abraços, agrados, mas não somente isso.

Ao pensar que a fé hoje evoca apenas vitória, sinto medo pelas próximas gerações. Ao pensar que não falamos mais da volta de Cristo, nem queremos nos dispor a viver o evangelho da graça, mas fazemos um remake do evangelho barato, pregado por Dietrich, ainda na década de 40, sinto medo.

A fé hoje está enferma, embora pareça saudável. Está capenga, embora pareça curável. A fé que temos hoje é ingênua, é fervorosa na emoção e na paixão, mas não contempla o Cristo de Nazaré, contempla o Cristo do Lair Ribeiro, que manda os crentes "olharem pra frente", "respirar fundo", "agradecer pelo dia" e dizer três vezes ao dia "amém, amém, amém". Isso é fé, para alguns, não sei se o é para o Cristo.

Paz e graça.