Já algum tempo tenho compartilhado neste blog minhas sucessivas reflexões sobre o evangelho vivido pelos evangélicos no Brasil neste tempo. É bem verdade, para ser honesto com o evangélico brasileiro, que este fenômeno de transição entre as mensagens variadas que povoam a mente de todos não é uma particularidade tupiniquim. Nem poderia.
Muito do que temos aqui, há mais de cem anos, tem ligação direta com "produtos" importados, seja vindo dos Estados Unidos, Coréia, Argentina, Colômbia, Nigéria ou em qualquer lugar que um movimento cristão esteja tendo sucesso.
Digo sucesso diante do fato de ver igrejas repletas de pessoas, programas variados e métodos copiados e ampliados.
Veja se não é assim. Dos Estados Unidos importamos Benny Hinn, Rick Warren, da Coréia as orações específicas de Paul (ou David, ou Paul, não, não é David...ah,virou Paul de novo? Nossa! Niguém avisa!) Yong Choo, da Argentina os salmos de Juan Carlos Ortiz e apóstolos que surgiram em profusão. Da Colômbia trouxemos Cesar Castellãno e o G12, que deixou o nome de lado, tamanha a confusão que gerou em terras verde amarelas, e por aí vão nossos avivamentos importados.
Entretanto, a essência do evangelho vai ficando em segundo plano.
Quando leio os evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João, me deparo com uma mensagem única e corajosa. Não há métodos, não há políticas, não há estruturas, nem juntas, há apenas o amor de um homem pela humanidade, sendo verbalizado das maneiras mais distintas.
Jesus afirmou à mulher que perdera seu filho: Não Chores! À filha do homem que chorava, levanta e come! A multidão que o assistia Jesus as alimentou, tanto com o pão dos céus, como com o pão da mesa.
O evangelho do Nazareno era simples. Continha uma lei "amarás ao Senhor teu Deus acima de todas as coisas, e ao teu próximo como a ti mesmo", sentenciou. Suas mensagens não tinham nada de mirabolante. Embora muitos o vejam como o "Maior Psicólogo da Terra", ou ainda "O Maior Líder de Todos", ele se apresentava como aquele "que veio para servir e não ser servido".
O evangelho do Nazareno era simples. Continha uma lei "amarás ao Senhor teu Deus acima de todas as coisas, e ao teu próximo como a ti mesmo", sentenciou. Suas mensagens não tinham nada de mirabolante. Embora muitos o vejam como o "Maior Psicólogo da Terra", ou ainda "O Maior Líder de Todos", ele se apresentava como aquele "que veio para servir e não ser servido".
O Filho de Deus deixa o legado de um evangelho sem modismos. Sua mensagem incluía a graça para os necessitados e a paz para os aflitos.
Jesus nunca falou em avivamentos dos números, "dois ou três" já eram suficientes para se ver a presença de Deus e consequentemente sua glória. Hoje, cultos vazios são sinais de ausência do poder do Altíssimo em alguns lugares, para algumas teologias e principalmente para alguns pastores.
Sua pregação era simples, o seu grande alvo era ser entendido, por isso tudo que dizia era "em verdade, em verdade".
Hoje em dia vivemos o evangelho do mundo gospel. Infelizmente não conseguimos distinguir o que é do mundo e o que é do gospel, pelo simples motivo de não sabermos bem o que é gospel e o que de fato é mundo.
Isto porque o mundo que se chama gospel virou mais mundo do que gospel. Haja vista que os pastores agora cobram cachês para pregar, os cantores evangélicos introduziram uma interpretação absolutamente interesseira ao termo "levita" e as Igrejas se tornaram mais shopping centers do que comunidades de expressão de graça e amor.
As rádios evangélicas tocam todo o tipo de música evangélica, desde que o interesse de vender os CDs sejam alcançados. Os livreiros evangélicos comemoram o mercado abarrotado de mercadorias e as feiras, expos, etc, se orgulham de vender milhões em artigos evangélicos, que vão desde camisetas cristãs a dentaduras evangélicas.
Que evangelho é esse que muitos gostam e estão vivendo? Na verdade isso não importa nem mesmo a resposta, as pessoas escolhem aquilo que desejam, afinal de contas, cada um tem o evangelho que merece.