Quem assistiu o bloco de esportes do Fantástico, no domingo a noite, deve estar pensando que estou copiando o Tadeu Schmitd, quando brincou com o quadro desolador do (sic) flamengo, goleado, no fim de semana por 5 x 0, pelo Coritiba. Não estou, nem é sobre isso que este post se destina.
Na noite de sábado tive o desprazer de zapiar o televisor pelos generosos canais da TV fechada, a procura de um bom filme para assistir. Passando canal por canal, começando pelas TVs abertas, dei um stop num programa da Record, denominado "A Fazenda".
O programa é um BBB com gente conhecida. Logicamente que não possui ninguém de ponta ali. Você encontra uma Babi, um Dado Dolabella (que se negou ser preso por conta da Luana Piovanni, numa prisão convencional, e aceitou ser preso na Fazenda, que deve ser um presídio agrícola!), a Mirella - quem é a Mirella? e nada mais.
A apresentação do Brito Junior, que é até um bom repórter e apresentador, como cover do Bial é constrangedor. O programa é constrangedor.
Se o BBB da Globo é um programa chinfrim, incapaz de me prender a atenção por mais de um episódio, mas claramente capaz de prender a atenção de milhões de pessoas, a Fazenda é um programa indizível, incitável, inominável.
O que me faz pensar que não há NADA QUE ESTÁ TÃO RUIM QUE NÃO POSSA PIORAR.
A minha preocupação, portanto, é qual? Já que não sou crítico de TV, nem tenho uma coluna de jornal chamada QUEM, nem me familiarizo com a Patricia Kogut?
Bem, ela passa pelo conteúdo da juventude brasileira.
A cada dia mais vazios, cada dia mais cheios de nada. Cada dia buscando menos valores que façam sentido para o resto da vida.
A questão que os jovens abraçam hoje passa apenas por sexo e sarro! São incapazes de pensar com mais profundidade sobre aquilo que faz realmente diferença na humanidade.
O livro de Eclesiastes lembra "Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas. Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade" (11.9-10).
A vida passa, a juventude com ela. É tempo daqueles que ainda estão construindo a vida possam de alguma forma pensar em como ampliá-la.
Que tal bons livros? Que tal bons papos? Que tal um pouco mais de responsabilidade? Que tal olhar para a vida pensando exatamente no sentido que ela tem? E mais, que tal olhar para Deus e imaginar que a vida só tem razão de ser NELE?
Não falo de religião, nem de denominação evangélica. Falo sim, de valores e princípios que norteiem a caminhada, numa qualidade emocional e espiritual que façam uma grande diferença.
Sábado a noite me desesperancei. Olhei "A Fazenda" e vi gente vazia, dentro da casa, e pensei nos milhares fora dela, assistindo, aplaudindo e quem sabe fazendo graça de coisa que não tem graça alguma.
Olhei para minha esposa constrangida e meu filho, sentado com o laptop no colo, e pensei - meu Deus, nada está tão ruim que não possa realmente piorar. O Tadeu Schmitd pensou o mesmo, por razões diferentes.