Nao sei que vou escrever, eu apenas quero escrever. Queria muito, que nas linhas que escrevo, que em cada palavra que digito, que nos caracteres que teclo, pudessem ir junto minhas mágoas, minhas frustrações, meus medos, meus anseios e tudo o mais. Queria que pudesse escoar meus pecados, meus louros, minhas glórias, minhas náuses, minhas vergonhas. Queria que fosse junto às teclas, meus falsos amigos, meus verdadeiros inimigos, menos meus amigos verdadeiros. Queria que escoasse tecla a fora, como num ralinho do bidê, as urinas sangrentos, purulentas de meus azedumes, e lavar a louça com as águas purificadoras da graça.
Queria escrever, queria para esquecer, mas também para depois lembrar, das palavras mal-ditas, ditas nos dias maus. Queria poder transliterar palavras, teclas, em gritos, sonorizá-las, para que elas nao implodissem meu peito, mas explodissem o mundo ao redor, com suas mazelas, que o enfeiam.
Sentei aqui e comecei a escrever. Transformei o texto num "brainstorm", onde meus pensamentos vinham e iam, com intensidade, facilidade, liberdade e simplicidade. Não atentei para os pontos, para as vírgulas, para as regras, elas vieram ao sabor dos sentimentos. Deixei-as vir, certas ou erradas, apenas escrevi.
Estou fazendo do meu blog meu divã. Estou colocando para fora a angústia de ver tanta gente por aí falando de mim, alguns com razão, outros com emoção, e muitos, muitos, sem saber nada sobre mim.
Por isso sentei para escrever. Eu quero apenas escrever, para quem sabe dizer para alguns que sou o que sempre fui, que amo como sempre amei, que me preocupo como sempre me preocupei, e que a vida da gente ñunca é marcada apenas por acertos, porque quem sempre acerta, errou, ao menos ao perder o alvo de aprender algo com o erro.
Eu apenas quero escrever, e dizer para alguns que muitos estão enganados. Que meu coração é apaixonado pela vida, por aquela que Deus nos dá, e não por aquela que o diabo tenta nos impor, sugerir ou manipular.
Eu queria pegar minhas teclas e transforma-las em comando. Trazer de volta o tempo e desmascarar os "restos", os "vermes", "os estercos", travestidos de santos. Eu queria transformar os numerais em estatísticas frias que estabelecem em números meu caráter. Mas não dá.
Sentei para escrever, sem saber o que daria, o que seria e o que sairia. Também, as vezes pensamos alto e as pessoas publicam nossos pensamentos, e nos escravizam por isso. As vezes pensamos baixo e as pessoas se surpreendem com nosso silêncio quebrado pelas más notícias. Sinto-me livre para adorar, mas nem tanto para andar com alguns adoradores. Sinto-me livre para evangelizar, mas nem tanto para caminhar com alguns evangélicos evangelizadores. Sinto-me para livre para não querer errar, mas nem tanto para sentar-me ao lado dos que não erram. Sinto-me livre para escrever, mas nem tanto para falar com aqueles que escutavam a voz do meu coração.
È sentei para escrever. O que eu queria era escrever...talvez um dia alguém resolva escutar, de minha própria boca, a minha história.
Beijos e paz e graça
Pr.Wellison M. Paula
Um comentário:
BEM, ser como Jabour ou Lucia Hypólito, Merval Pereira ou Cony, seria uma honra indizível. Agradeço, mas creio que as palavras são mais profundas quando postas sobre o manto da verdade e sinceridade. È transformar o blog num divã, e os dedos na sua boca. Valeu pelo comentário.
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