Estava no trem, perto das 15 horas, indo a cidade. O trem é hoje uma ótima opção para viajar para cima e para baixo. Rapido, confortável, principalmente os com ar-condicionado e vazios. MAs ainda trás, toda aquele folclore de todos os tempos. Vendedores ambulantes criativos, pregadores serenos, outros nem tanto, passageiros curiosos e pedintes, dos mais diversos.
O trem é um lugar de aprendizado, como foi neste dia, perto das 15 horas.
Um garoto, com visíveis problemas mentais, entrou no vagão. Só o reparei quando ele se aproximou de mim e foi beijando e abraçando a todas as pessoas que estavam naquele espaço. Uns aceitavam, outros rejeitavam, uns riam, outros se aborreciam, mas todos ficaram observando a passagem daquele menino pelo vagão do trem, distribuindo beijos e abraços a pessoas desconhecidas.
No fim, o alvo do garoto era pedir ajuda. Um saco de mercado na mão e uma certa inocência desfilava pelos assentos. Alguns davam, outros não.
Mas todos riram, quando ele deixou o vagão distribuindo beijos e abraços em todos.
Os loucos beijam. Os loucos abraçam. Os loucos sorriem, e fazem os sóbrios sorrirem também.
Os loucos correm por vagões de trem, e depois pedem solidariedade. Os loucos são livres da culpa, da vergonha, da estranheza das relações azedas, porque poucos querem se relacionar com os loucos.
Os loucos não são pressionados pela força das instituições sociais, porque poucas instituições sociais estão abertas aos loucos.
Os loucos são engraçados, e fazem a vida engraçada.
Os loucos beijam, os loucos abraçam, e muitos tem perdido o valor destes pequenos gestos.
3 comentários:
coloque loucos entre aspas assim "loucos" somos uma instituição em defesa desses "louco" préconceito é crime
Wellison esse comentário não me pertence , alguém entrou em minha conta apague por favor e desculpe.C.A
sem problemas C.A. dificilmente voce escreveria "desses louco". abraços.
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