24 outubro 2011
05 setembro 2011
SEMINARIO DE ADORAÇÃO COM STENIO MARCIUS
http://youtu.be/a1A7cVvSCoM
23 agosto 2011
Alvoroçar o mundo é uma questão de compromisso
Quem lê, à primeira vista, Atos 17.6b acha que é um elogio. Mas não o é. Na verdade foi uma denúncia, uma reclamação de alguns religiosos sobre o apóstolo Paulo que estava provocando uma verdadeira revolução religiosa, por onde passava.
Se soubessem, apelidariam Paulo de um verdadeiro tsunami, porque arrastava, por onde passava, uma multidão de novos seguidores do Caminho, a saber, Jesus Cristo.
Nada passava incólume à presença do Apóstolo aos Gentios. Força, determinação, inteligência, senso de oportunidades, tudo isso orbitava no maior nome de toda a cristandade.
Um homem capaz de mudar o mundo que está ao seu redor, ser um instrumento de transformação da história deve nos conduzir a refletir o que podemos fazer para também sermos parte de uma geração disposta a impactar o mundo.
Sobrevoando a Palavra em atos
Paulo seguia em sua segunda viagem missionária. O apóstolo já havia passado por várias cidades, desde o seu envio, em Antioquia . Naquela ocasião, os mestres e líderes da igreja, depois de jejuar e orar, impuseram as mãos sobre Paulo e Barnabé e os consagraram para viagens missionárias . Algo importante a destacar é que nenhuma ação missionária pode prescindir da piedade espiritual e do apoio incondicional da igreja de Cristo.
Para esta viagem Paulo recomeça da cidade de Antioquia "onde haviam sido encomendados à graça de Deus para a obra que acabavam de cumprir".
A turma do Caminho, entretanto, não gozava de prestígio em todos os lugares, por conta dos líderes religiosos locais. A mensagem era libertadora demais, e por isso incomodava. Atos 17.6 é fruto desse incômodo que os seguidores de Jesus causaram. A expressão "têm alvoroçado" o mundo, é uma reclamação sonora dos que não queriam ver a expansão da mensagem de Jesus Cristo.
Contudo, a pregação da Palavra não poderia ser presa. Nada poderia impedir a expansão missionária que começou naqueles dias e atravessou as décadas até chegar aos nossos dias. Isso era missões no coração de Paulo e deve ser no coração da igreja.
O que precisamos fazer para sermos uma geração capaz de transformar a história?
1) Precisamos assumir uma responsabilidade que começa não em nós, mas em mim
O compromisso de Paulo não passava por uma relação coletiva com Deus. Ao contrário, assumia o seu papel como instrumento ou ferramenta nas mãos de Jesus Cristo: "Mas somente tinham ouvido dizer: Aquele que já nos perseguiu anuncia agora a fé que antes destruía" , diz ainda "Já estou crucificado com Cristo; e vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim".
Paulo tinha um compromisso sério com sua experiência com Deus e com Sua obra. Revolucionar o mundo é uma tarefa que começa comigo. Passa pela minha intimidade com Deus e pelo meu amor a Ele.
Não ganharemos o mundo para Jesus enquanto a responsabilidade de cada membro do Corpo de Cristo não for reconhecida. Enquanto jogar para o outro a tarefa que está em sua mão, dificilmente a igreja avançará nos terrenos que precisam ser conquistados.
2) Precisamos desenvolver uma capacidade de olhar o mundo como Deus olha
Paulo foi o grande responsável pela difusão do evangelho e propagação nos primeiros dias da igreja. Tornou-se o maior intérprete da mente de Cristo. Seu olhar contemplava o desejo de Jesus de alcançar as nações com as Boas-Novas do reino de Deus.
Escrevendo aos Filipenses, não apenas exortou a igreja a viver plenamente em Cristo, mas usou suas cadeias, de onde escrevia, como plataforma da pregação do evangelho, para salvação de pessoas. Paulo afirma que "muitos irmãos no Senhor, tomando ânimo com minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor" . Segundo ele "tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação. Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação".
A igreja precisa aceitar o grande desafio de olhar o mundo ao seu redor com o olhar paterno de Deus. Há um desafio em cada esquina da cidade. Há uma geografia espiritual que reclama a manifestação dos filhos de Deus. Não podemos entregar o mundo ao bel-prazer e fechar os olhos para as estruturas malignas que o consomem. Tenhamos um olhar capaz de ver essas estruturas como alvos missionários de uma igreja que avança contra as portas do inferno.
3) Precisamos enxergar as suas demandas, com coragem e compromisso
Os anos se passaram, e o mundo mudou e não vem de agora. Não se deu neste momento, mas faz parte de um processo inexorável que pode culminar com males terríveis para toda a humanidade. E isso deve preocupar a igreja de Cristo no Brasil e no mundo.
Para isso é necessário pensar que o mundo está cada vez mais degradado pelo pecado - Há um grito ensurdecedor da natureza, exigindo que o homem a respeite, e não a maltrate. Será que isso é apenas assunto dos órgãos governamentais? Será que isso é apenas problema dos que assinaram acordos mundiais? Se não enxergarmos o mundo como algo "que jaz no maligno" , corremos o risco de batermos palmas para o desenvolvimento que nos ajuda, ao tempo que choraremos o preço que nos cobra.
E, ainda, é preciso pensar que a natureza precisa ser preservada, porque uma ação de Deus não pode ser destruída pelo homem - "tanto o seu eterno poder, como a sua divindade se entendem, e claramente se veem pelas coisas que são criadas".
4) Precisamos de um olhar missionário, capaz de encontrar os necessitados por Jesus, onde eles estiverem
Uma igreja é do tamanho da sua visão sobre Deus. E uma visão correta sobre o amor de Deus pelas pessoas leva-nos a pensar sobre a importância da obra missionária na igreja. Fazer missões ou sustentar a corda missionária não é um mero modelo de igreja, é um princípio!
A obra missionária da igreja local tem que ser fruto de um avassalador sentimento de paixão pelas almas perdidas. Este é um desafio urgente a se produzir no coração da igreja de Cristo e precisa necessariamente ser amplificada por uma visão capaz de alcançar todas as fronteiras com a pregação do evangelho.
AMADURECENDO NA PALAVRA
1) Como transferimos a responsabilidade missionária que é "minha" para "nós" e fugimos de nosso compromisso com missões?
2) A igreja tem sido hoje instrumento de transformação da história? E como isso tem acontecido?
3) Se dividirmos em grupos, agora, quantas ideias sairiam do coração da igreja para preservação do meio ambiente?
4) Cite 3 grandes desafios missionários às igrejas batistas hoje no Brasil? Você consegue identificar alguns?
5) Como sua igreja pode ser instrumento para "alvoroçar" o mundo, a partir do bairro, da cidade e do estado onde ela se encontra?
Pr. Wellison Magalhães
Formado em teologia e comunicação. Autor do livro "Simplesmente Igreja - viva, santa e acolhedora". Pastor da 1ª IB do Grajaú - Rio de Janeiro (RJ)
18 agosto 2011
CELEBRANDO A RECUPERAÇÃO...A NOSSA!
SOU UM CRENTE EM CRISTO, E LUTO CONTRA ...
“Oi meu nome é Wellison Magalhães, luto contra tudo”. Estou parafraseando o pr.Rick Warren, quando foi se apresentar para pregar no primeiro dia do encontro Celebrando a Recuperação, em Saddleback na California, Estados Unidos.
Raras vezes em minha vida vi uma expressão da Igreja de Jesus Cristo, como vi nesses dias em que estive neste encontro.
Apesar de que tudo que o americano faz tem plástica, é bem feito, mecânico em muitas vezes, e principalmente alimentado por mega estruturas, torna o efeito sobre os que assistem ainda mais extasiante, o que vi não tinha plástica, não tinha Photoshop, ao contrário, eram pessoas nuas, em sua alma, em suas histórias, que passaram pela mais profunda experiência de dependência e cura.
Não sei se seríamos tão maduros assim, para lidarmos com outro ser humano, sem lhes fazer as acusações pesadas e muitas vezes rígidas, que comumente fazemos. Não sei se nosso olhar como disse um irmão em Cristo, que foi perdoado pela esposa, após mergulhar num profundo mar de lama da pornografia: “eu vi Jesus em minha esposa”.
Não sei se seríamos pacientes o suficiente, e se teríamos um pastor que há anos luta contra a ira e a co-dependência.
Por isso que voltei impactado. Não pelo programa (afinal de contas, começava as 8h30 e terminava às 20h30), nem pelas músicas (de altíssima qualidade – americanos foram feitos para a música), nem pela mega estrutura da Igreja em Saddleback (sem medo de errar, pelo menos duas vezes maior que o Norte Shopping). Voltei impactado comigo mesmo. Com meus medos, com minhas lutas pessoais diárias. Voltei impactado para compartilhar com meus amigos pastores, que lutam também sozinhos, desanimados, porque não tem com quem contar. Voltei impactado para compartilhar com a igreja, que é possível viver a vida cristã, em meio às lutas sem máscaras, sem capas, sem fantasias. É possível encontrar pessoas que se pareçam tanto com Jesus, que nos ajude a vencer nossos possíveis fracassos.
Pr. Wellison Magalhães (pr.wellison@gmail.com)
25 julho 2011
24 junho 2011
EXISTE COISA MAIS CHATA DO QUE GENTE CHATA?
Eu na verdade tenho um enorme compromisso com dezenas de pessoas, milhares talvez, que leem meus livros (ja foram mais de 13 mil exemplares espalhados ao léu), as dezenas que me ouvem na igeja do Grajaú semanalmente, e a soma de milhares que me ouvem por onde vou durante o ano.
Portanto, sempre penso no que escrevo, nao gosto de dar munição ao inimigo, nem mesmo de escandalizar os não tão amigos. POrque amigos mesmo, não se escandalizam.
03 junho 2011
A PL 122, OS EVANGÉLICOS E A SOCIEDADE
A PL 122 não é uma lei que apenas atinge igrejas e pastores, atinge toda a sociedade civil. Duvido que jornalistas que tanto defendem o direito gay, ficarão felizes em não poder dar nenhuma nota que soe difamatória. Duvido também que os humoristas, que já não ficaram felizes, quando foram impedidos de fazer piada com os candidatos a presidencia da república, não poderem mais fazer suas piadas de "boiolas", como gostam, ja que elas fazem mais de 50% de todas as suas piadas.
Esta não é uma discussão religiosa. Ontem, ou antes de ontem, um grupo de gays foi rasgar e queimar a Bíblia! Bobagem.
Cada um na sua. Cada um faz com o corpo o que bem entende. Nem eu, pastor, nem ninguém tem o direito de dizer o que o outro deve fazer consigo mesmo.
CONTUDO, CONTUDO, CONTUDO, por favor, me deem o direito de dizer que não gosto das gayzisses dos gays, não gosto das "frangas" que eles soltam, não gostaria que meu filho fosse criado por uma babá gay, como os gays tem TODO o direito de não querer que seus "filhos" sejam criados por pastores.
NÃO me tirem o direito de fazer piada sobre qualquer coisa na vida. Até porque, DUVIDO, que deixarão de falar de pastores.
Então, a PL 122, por tudo que ela, subliminarmente sugere, digo não a ela. O direito e ir e vir, e fazer com o seu corpo o que quiser é inviolável. Cada um assuma a responsabilidade de usar o corpo como bem entender.
03 maio 2011
CARTA AO SILAS MALAFAIA
Prezado Silas Malafaia,
O senhor sempre foi tratado com respeito pelos membros das igrejas evangélicas, no entanto, ultimamente o senhor tem tomado atitudes que nos tem feito ruburizar de vergonha.
Lembro com saudosismo que antigamente o senhor usava do seu programa de TV para evangelizar aqueles que não conheciam a Cristo, além de combater alguns desvios teológicos da igreja evangélica brasileira. Foi assim por exemplo com os "gedozistas" que teimavam em ensinar um evangelho diferente do Evangelho da Salvação Eterna ou com os teólogos da prosperidade que comecializavam as bençãos do nosso Senhor. No entanto, pelo que vemos o senhor mudou radicalmente.
Prezado Silas, diante do exposto sou obrigado a confessar que estou assustado com o seu comportamento! Se não bastasse a venda da unção da prosperidade por R$ 900,00, eis que o senhor lança em Rede de TV, uma nova campanha ungida, cujo protagonista é o "profeteiro" Mike Murdock que promete prosperidade através de singelas contribuições de R$ 1.000,00.
Caro (bota caro nisso) Silas Malafaia, diante deste vergonhoso ato eu lhe afirmo que não desejo a sua unção financeira. Eu não almejo essa espúria unção da prosperidade. Eu não quero esse evangelho manipulador que tira dinheiro do bolso dos meus irmãos.
Prezado Silas, lamento lhe informar, mas eu não vou semear ofertas de R$ 1.000,00 em troca de bênçãos de prosperidade. Eu não desejo esse evangelho cabalístico e cheio de números. Eu não almejo a unção especial da prosperidade de homens que só falam em dinheiro. Eu não quero o enriquecimento mediante as ofertas do povo de Deus.
Afortunado evangelista, tenho certeza de que você bem sabe que este não é, nunca foi e jamais será o evangelho do Senhor. aliás, vamos combinar uma coisa? Chega desta palhaçada, nós não suportamos mais ver o comércio do nome de Deus, antes pelo contrário, desejamos ver neste imenso país o evangelho vivido e pregado por Lutero, Calvino, Jonathan Edwards, John Wesley, Spurgeon, Lloyd Jones entre tantos outros mais, sendo pregado de forma eficaz.
Prezado Silas, isto posto, oro ao Senhor nosso Deus pedindo a Ele que tenha misericóridia da sua vida e que por sua graça o reconduza novamente aos valores inegociáveis da sã doutrina!
Arrependa-se enquanto ainda é possível!
01 abril 2011
TEMA: DESIGREJADOS!!!
Os Desigrejados
Por Augustus Nicodemus Lopes
Para mim resta pouca dúvida de que a igreja institucional e organizada está hoje no centro de acirradas discussões em praticamente todos os quartéis da cristandade, e mesmo fora dela. O surgimento de milhares de denominações evangélicas, o poderio apostólico de igrejas neopentecostais, a institucionalização e secularização das denominações históricas, a profissionalização do ministério pastoral, a busca de diplomas teológicos reconhecidos pelo estado, a variedade infindável de métodos de crescimento de igrejas, de sucesso pastoral, os escândalos ocorridos nas igrejas, a falta de crescimento das igrejas tradicionais, o fracasso das igrejas emergentes – tudo isto tem levado muitos a se desencantarem com a igreja institucional e organizada. Alguns simplesmente abandonaram a igreja e a fé. Mas, outros, querem abandonar apenas a igreja e manter a fé. Querem ser cristãos, mas sem a igreja. Muitos destes estão apenas decepcionados com a igreja institucional e tentam continuar a ser cristãos sem pertencer ou frequentar nenhuma. Todavia, existem aqueles que, além de não mais frequentarem a igreja, tomaram esta bandeira e passaram a defender abertamente o fracasso total da igreja organizada, a necessidade de um cristianismo sem igreja e a necessidade de sairmos da igreja para podermos encontrar Deus. Estas idéias vêm sendo veiculadas através de livros, palestras e da mídia. Viraram um movimento que cresce a cada dia. São os desigrejados. Muitos livros recentes têm defendido a desigrejação do cristianismo (*). Em linhas gerais, os desigrejados defendem os seguintes pontos.
1) Cristo não deixou qualquer forma de igreja organizada e institucional.
2) Já nos primeiros séculos os cristãos se afastaram dos ensinos de Jesus, organizando-se como uma instituição, a Igreja, criando estruturas, inventando ofícios para substituir os carismas, elaborando hierarquias para proteger e defender a própria instituição, e de tal maneira se organizaram que acabaram deixando Deus de fora. Com a influência da filosofia grega na teologia e a oficialização do cristianismo por Constantino, a igreja corrompeu-se completamente.
3) Apesar da Reforma ter se levantado contra esta corrupção, os protestantes e evangélicos acabaram caindo nos mesmíssimos erros, ao criarem denominações organizadas, sistemas interligados de hierarquia e processos de manutenção do sistema, como a disciplina e a exclusão dos dissidentes, e ao elaborarem confissões de fé, catecismos e declarações de fé, que engessaram a mensagem de Jesus e impediram o livre pensamento teológico.
4) A igreja verdadeira não tem templos, cultos regulares aos domingos, tesouraria, hierarquia, ofícios, ofertas, dízimos, clero oficial, confissões de fé, rol de membros, propriedades, escolas, seminários.
5) De acordo com Jesus, onde estiverem dois ou três que crêem nele, ali está a igreja, pois Cristo está com eles, conforme prometeu em Mateus 18. Assim, se dois ou três amigos cristãos se encontrarem no Frans Café numa sexta a noite para falar sobre as lições espirituais do filme O Livro de Eli, por exemplo, ali é a igreja, não sendo necessário absolutamente mais nada do tipo ir à igreja no domingo ou pertencer a uma igreja organizada.
6) A igreja, como organização humana, tem falhado e caído em muitos erros, pecados e escândalos, e prestado um desserviço ao Evangelho. Precisamos sair dela para podermos encontrar a Deus.
Eu concordo com vários dos pontos defendidos pelos desigrejados. Infelizmente, eles estão certos quanto ao fato de que muitos evangélicos confundem a igreja organizada com a igreja de Cristo e têm lutado com unhas e dentes para defender sua denominação e sua igreja, mesmo quando estas não representam genuinamente os valores da Igreja de Cristo. Concordo também que a igreja de Cristo não precisa de templos construídos e nem de todo o aparato necessário para sua manutenção. Ela, na verdade, subsistiu de forma vigorosa nos quatro primeiros séculos se reunindo em casas, cavernas, vales, campos, e até cemitérios. Os templos cristãos só foram erigidos após a oficialização do Cristianismo por Constantino, no séc. IV. Os desigrejados estão certos ao criticar os sistemas de defesa criados para perpetuar as estruturas e a hierarquia das igrejas organizadas, esquecendo-se das pessoas e dando prioridade à organização. Concordo com eles que não podemos identificar a igreja com cultos organizados, programações sem fim durante a semana, cargos e funções como superintendente de Escola Dominical, organizações internas como uniões de moços, adolescentes, senhoras e homens, e métodos como células, encontros de casais e de jovens, e por ai vai. E também estou de acordo com a constatação de que a igreja institucional tem cometido muitos erros no decorrer de sua longa história. Dito isto, pergunto se ainda assim está correto abandonarmos a igreja institucional e seguirmos um cristianismo em vôo solo. Pergunto ainda se os desigrejados não estão jogando fora o bebê junto com a água suja da banheira. Ao final, parece que a revolta deles não é somente contra a institucionalização da igreja, mas contra qualquer coisa que imponha limites ou restrições à sua maneira de pensar e de agir. Fico com a impressão que eles querem se livrar da igreja para poderem ser cristãos do jeito que entendem, acreditarem no que quiserem – sendo livres pensadores sem conclusões ou convicções definidas – fazerem o que quiserem, para poderem experimentar de tudo na vida sem receio de penalizações e correções. Esse tipo de atitude anti-instituição, antidisciplina, anti-regras, anti-autoridade, antilimites de todo tipo se encaixa perfeitamente na mentalidade secular e revolucionária de nosso tempo, que entra nas igrejas travestida de cristianismo. É verdade que Jesus não deixou uma igreja institucionalizada aqui neste mundo. Todavia, ele disse algumas coisas sobre a igreja que levaram seus discípulos a se organizarem em comunidades ainda no período apostólico e muito antes de Constantino.
1) Jesus disse aos discípulos que sua igreja seria edificada sobre a declaração de Pedro, que ele era o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16.15-19). A igreja foi fundada sobre esta pedra, que é a verdade sobre a pessoa de Jesus (cf. 1Pd 2.4-8). O que se desviar desta verdade – a divindade e exclusividade da pessoa de Cristo – não é igreja cristã. Não admira que os apóstolos estivessem prontos a rejeitar os livre-pensadores de sua época, que queriam dar uma outra interpretação à pessoa e obra de Cristo diferente daquela que eles receberam do próprio Cristo. As igrejas foram instruídas pelos apóstolos a rejeitar os livre-pensadores como os gnósticos e judaizantes, e libertinos desobedientes, como os seguidores de Balaão e os nicolaítas (cf. 2Jo 10; Rm 16.17; 1Co 5.11; 2Ts 3.6; 3.14; Tt 3.10; Jd 4; Ap 2.14; 2.6,15). Fica praticamente impossível nos mantermos sobre a rocha, Cristo, e sobre a tradição dos apóstolos registrada nas Escrituras, sem sermos igreja, onde somos ensinados, corrigidos, admoestados, advertidos, confirmados, e onde os que se desviam da verdade apostólica são rejeitados.
2) A declaração de Jesus acima, que a sua igreja se ergue sobre a confissão acerca de sua Pessoa, nos mostra a ligação estreita, orgânica e indissolúvel entre ele e sua igreja. Em outro lugar, ele ilustrou esta relação com a figura da videira e seus galhos (João 15). Esta união foi muito bem compreendida pelos seus discípulos, que a compararam à relação entre a cabeça e o corpo (Ef 1.22-23), a relação marido e mulher (Ef 5.22-33) e entre o edifício e a pedra sobre o qual ele se assenta (1Pd 2.4-8). Os desigrejados querem Cristo, mas não querem sua igreja. Querem o noivo, mas rejeitam sua noiva. Mas, aquilo que Deus ajuntou, não o separe o homem. Não podemos ter um sem o outro.
3) Jesus instituiu também o que chamamos de processo disciplinar, quando ensinou aos seus discípulos de que maneira deveriam proceder no caso de um irmão que caiu em pecado (Mt 18.15-20). Após repetidas advertências em particular, o irmão faltoso, porém endurecido, deveria ser excluído da “igreja” – pois é, Jesus usou o termo – e não deveria mais ser tratado como parte dela (Mt 18.17). Os apóstolos entenderam isto muito bem, pois encontramos em suas cartas dezenas de advertências às igrejas que eles organizaram para que se afastassem e excluíssem os que não quisessem se arrepender dos seus pecados e que não andassem de acordo com a verdade apostólica. Um bom exemplo disto é a exclusão do “irmão” imoral da igreja de Corinto (1Co 5). Não entendo como isto pode ser feito numa fraternidade informal e livre que se reúne para bebericar café nas sextas à noite e discutir assuntos culturais, onde não existe a consciência de pertencemos a um corpo que se guia conforme as regras estabelecidas por Cristo.
4) Jesus determinou que seus seguidores fizessem discípulos em todo o mundo, e que os batizassem e ensinassem a eles tudo o que ele havia mandado (Mt 28.19-20). Os discípulos entenderam isto muito bem. Eles organizaram os convertidos em igrejas, os quais eram batizados e instruídos no ensino apostólico. Eles estabeleceram líderes espirituais sobre estas igrejas, que eram responsáveis por instruir os convertidos, advertir os faltosos e cuidar dos necessitados (At 6.1-6; At 14.23). Definiram claramente o perfil destes líderes e suas funções, que iam desde o governo espiritual das comunidades até a oração pelos enfermos (1Tm 31-13; Tt 1.5-9; Tg 5.14).
5) Não demorou também para que os cristãos apostólicos elaborassem as primeiras declarações ou confissões de fé que encontramos (cf. Rm 10.9; 1Jo 4.15; At 8.36-37; Fp 2.5-11; etc.), que serviam de base para a catequese e instrução dos novos convertidos, e para examinarem e rejeitarem os falsos mestres. Veja, por exemplo, João usando uma destas declarações para repelir livre-pensadores gnósticos das igrejas da Ásia (2Jo 7-10; 1Jo 4.1-3). Ainda no período apostólico já encontramos sinais de que as igrejas haviam se organizado e estruturado, tendo presbíteros, diáconos, mestres e guias, uma ordem de viúvas e ainda presbitérios (1Tm 3.1; 5.17,19; Tt 1.5; Fp 1.1; 1Tm 3.8,12; 1Tm 5.9; 1Tm 4.14). O exemplo mais antigo que temos desta organização é a reunião dos apóstolos e presbíteros em Jerusalém para tratar de um caso de doutrina – a inclusão dos gentios na igreja e as condições para que houvesse comunhão com os judeus convertidos (At 15.1-6). A decisão deste que ficou conhecido como o “concílio de Jerusalém” foi levada para ser obedecida nas demais igrejas (At 16.4), mostrando que havia desde cedo uma rede hierárquica entre as igrejas apostólicas, poucos anos depois de Pentecostes e muitos anos antes de Constantino.
6) Jesus também mandou que seus discípulos se reunissem regularmente para comer o pão e beber o vinho em memória dele (Lc 22.14-20). Os apóstolos seguiram a ordem, e reuniam-se regularmente para celebrar a Ceia (At 2.42; 20.7; 1Co 10.16). Todavia, dada à natureza da Ceia, cedo introduziram normas para a participação nela, como fica evidente no caso da igreja de Corinto (1Co 11.23-34). Não sei direito como os desigrejados celebram a Ceia, mas deve ser difícil fazer isto sem que estejamos na companhia de irmãos que partilham da mesma fé e que crêem a mesma coisa sobre o Senhor. É curioso que a passagem predileta dos desigrejados – “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18.20) – foi proferida por Jesus no contexto da igreja organizada. Estes dois ou três que ele menciona são os dois ou três que vão tentar ganhar o irmão faltoso e reconduzi-lo à comunhão da igreja (Mt 18.16).
Ou seja, são os dois ou três que estão agindo para preservar a pureza da igreja como corpo, e não dois ou três que se separam dos demais e resolvem fazer sua própria igrejinha informal ou seguir carreira solo como cristãos.
O meu ponto é este: que muito antes do período pós-apostólico, da intrusão da filosofia grega na teologia da Igreja e do decreto de Constantino – os três marcos que segundo os desigrejados são responsáveis pela corrupção da igreja institucional – a igreja de Cristo já estava organizada, com seus ofícios, hierarquia, sistema disciplinar, funcionamento regular, credos e confissões. A ponto de Paulo se referir a ela como “coluna e baluarte da verdade” (1Tm 3.15) e o autor de Hebreus repreender os que deixavam de se congregar com os demais cristãos (Hb 10.25).
O livro de Atos faz diversas menções das “igrejas”, referindo-se a elas como corpos definidos e organizados nas cidades (cf. At 15.41; 16.5; veja também Rm 16.4,16; 1Co 7.17; 11.16; 14.33; 16.1; etc. – a relação é muito grande). No final, fico com a impressão que os desigrejados, na verdade, não são contra a igreja organizada meramente porque desejam uma forma mais pura de Cristianismo, mais próxima da forma original – pois esta forma original já nasceu organizada e estruturada, nos Evangelhos e no restante do Novo Testamento. Acho que eles querem mesmo é liberdade para serem cristãos do jeito deles, acreditar no que quiserem e viver do jeito que acham correto, sem ter que prestar contas a ninguém.
Pertencer a uma igreja organizada, especialmente àquelas que historicamente são confessionais e que têm autoridades constituídas, conselhos e concílios, significa submeter nossas idéias e nossa maneira de viver ao crivo do Evangelho, conforme entendido pelo Cristianismo histórico. Para muitos, isto é pedir demais. Eu não tenho ilusões quanto ao estado atual da igreja. Ela é imperfeita e continuará assim enquanto eu for membro dela. A teologia Reformada não deixa dúvidas quanto ao estado de imperfeição, corrupção, falibilidade e miséria em que a igreja militante se encontra no presente, enquanto aguarda a vinda do Senhor Jesus, ocasião em que se tornará igreja triunfante. Ao mesmo tempo, ensina que não podemos ser cristãos sem ela.
Que apesar de tudo, precisamos uns dos outros, precisamos da pregação da Palavra, da disciplina e dos sacramentos, da comunhão de irmãos e dos cultos regulares. Cristianismo sem igreja é uma outra religião, a religião individualista dos livre-pensadores, eternamente em dúvida, incapazes de levar cativos seus pensamentos à obediência de Cristo.
30 março 2011
JOSE DE ALENCAR E A VIDA COMO DEVE SER
02 março 2011
Um prejuízo, triplo! Uma escolha errada.
25 fevereiro 2011
Ainda sobre Davi
22 fevereiro 2011
por quê?
Uma mulher simples, já em sua 8a década, entrou em minha sala, hoje a tarde, para me dizer o que creditou a Davi este título. E você o que acha? Depois da sua opiniao, direi o que penso sobre o grande Rei de Israel.