IDOLATRIA EVANGÉLICA - FUGIR, ENFRENTAR OU DISSIMULAR?
Por muito tempo a batalha protestante, no Brasil, era tentar conduzir milhões de brasileiros a fugir da idolatria de imagens, que sempre foi uma marca de outras religiões, como catolicismo e religiões afro.
Nosso argumento baseam-se em textos bíblicos, como um dos 10 mandamentos, que exige que não teremos diante de nós imagens de escultura. Literalmente o texto diz assim: "Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam." Êxodo 20:4-5.
Segundo líderes católicos, e aqueles que ali frequentam, não se deve confundir adoração com apenas o sinal de respeito pela história, arte ou qualquer outra coisa mais.
Pois bem, pensando no quintal da minha casa, e não no quintal dos outros, percebo nitidamente que enveredamos por uma caminho extremamente estranho.
Não há ídolos nas paredes, mas há ídolos no altar.
Músicos cristãos são mais citados que a Palavra de Deus. Deixaram de ser adoradores, para serem adorados. Seus shows, cheios de pirotecnia, em nome de Jesus, são caros, cada vez mais raros dentro de templos cristãos, e estão cada vez mais próximos de ídolos gospel, do que simples cantores cristãos prontos a servir ao Mestre de Nazaré.
Isso vale também para pastores. Infelizmente, alguns deixaram a posição de servos, para serem apenas servidos. Deixaram de lado a modéstia verdadeira, pela modéstia plástica - fazer tudo em nome de Jesus, não significa fazer tudo para Jesus. As vezes usar seu nome só pretende dar autoridade a quem não tem.
Em nome de pregar o evangelho, tomamos conta de espaços preciosos. Sei, argumentarão alguns, que o importante é que o evangelho está sendo pregado. Neste caso, "se todo o fim justifica o meio", devo concordar com o trecho do livro ABUSADO, de Caco Barcelos, quando um dos traficantes do Morro Dona Marta aponta a arma para um outro bandido jurado da morte e diz: aceita a Jesus! Aceita a Jesus! - o bandido trêmulo, com uma arma na cabeça, não tem alternativa, e diz aceito - para no mesmo minuto o estampido de vários tiros estourar sua cabeça - ou seja, morto mas salvo!?
É isso mesmo? Ou então, se fim justifica o meio - apoiemos o malufismo - que rouba mas faz?
Alguns pastores midiáticos estão adulterando a Palavra. Mas são os que mais recebem ofertas, e mais populares entre o meio evangélico - sendo defendidos por uma ala evangélica cegamente manipulada, e em crise de identidade.
Somos idólatras? Será que estes que nos conduzem a adoração, que sobem ao púlpito para pregar e ensinar a Palavra, estão ensinando-nos o caminho ou estão se locupletando daqueles que seguem o Caminho?
No momento que os adoradores perceberem o caminho da adoração, que os seguidores do Mestre retornarem ao caminho, deixaremos de protagonizar uma das mais incoerentes momentos da história: crescemos em número, mas nos apequenamos em consciência, coerência, e ética.
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