21 fevereiro 2013

RAZÃO E SENSIBILIDADE

Não é uma cópia. Apenas peguei emprestado, o título deste filme maravilhoso de Ang Lee, com a divina Emma Thompson. A película narra a história de uma família que enfrenta, como muitas por aí, relacionamentos complicados, e que atinge duas mulheres em especial, que agem, como diz o título, uma com a razão e outra com a sensibilidade.
Isso me fez pensar, como algumas pessoas tem enorme dificuldade de equilibrar suas ações, pensamentos, juízos, e outras coisas mais, entre a razão e a emoção.
Não é incomum ver pessoas racionais, que somente conseguem ver o dia e noite, verdade e mentira, céu e inferno. Vivem sempre no limite do dualismo humano, querendo sempre uma resposta racional para explicar seus julgamentos. Pessoas assim tem enorme dificuldade de ver além, de enxergar com o coração. Massacram a emoção alheia, exatamente porque petrificaram suas próprias emoções.
Por outro lado, existem pessoas que não conseguem discernir um palmo além de seu próprio nariz. Não distinguem cores, porque apaixonam-se por todas elas. São incapazes de lidar com a vida de forma concreta, porque a subjetividade e passionalidade são os tons de cinza de suas caminhadas.
Quero aproveitar este espaço, que tem nos sido dado, cá entre nós, para propor o equilíbrio. Quero sugerir uma caminhada pelo prumo da vida, onde sejamos capazes de distinguir verdade e mentira, ao mesmo tempo de cuidar dos por quês.
Sugiro que consigamos ver além do que nossos olhos conseguem, e tentar sentir o bater singelo do coração. Principalmente quando o assunto for pessoas.
Façamos como o Nazareno. Enquanto judeus viam um ladrão, traidor e usurpador, Ele viu um seguidor fiel. Enquanto alguns viam apenas uma inimiga do povo, junto ao poço Ele viu uma mulher que necessitava de graça e conhecimento de Deus. Enquanto todos viram uma adúltera, ele viu uma mulher fragilizada, quebrantada e envergonhada pelas escolhas da vida. A racionalidade de Jesus manda não pecar mais, e sua sensibilidade a deixa ir embora sem ser apedrejada.
Que tal vivermos o ponto de equilíbrio na vida? Que tal desfrutarmos de uma mente e coração centrados? Que tal descobrirmos que existe algo além do que nossos olhos podem ver?
Afinal de contas precisamos aprender a conviver com a sensibilidade que nos faz misericordiosos, e as obrigações da razão que nos levam ao sacrifício.

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