24 setembro 2007

Espiritual ou ser carnal? Onde está a linha divisória?

Realmente somos seres inigmáticos. Quero dizer que somos inigmáticos apenas para me convencer que não somos paradoxais. Talvez ser paradoxal me leve a pensar que estou doente. Imagine meu filho, com 12 anos, com ar de assustado perguntar: Pai você é paradoxal?". E pior, eu com 40, com olhos marejados de lágrimas dizer "Sou filho, eu sou só nao tive coragem de contar para você!".
PARADOXAL segundo o dicionário é "
  • opinião contrária ao sentir comum; contradição ou contra-senso, pelo menos aparente, asneira e desconchavo."
  • Às vezes vivemos o paradoxo mais importante da vida cristã: ser ou não ser. A pergunta de Shakespeare, cala em nossa alma, procurando resposta para as inquietações que nos perseguem todos os dias.
    Queremos ser espirituais, mas nossa espiritualidade se vende as benesses deste mundo. Pior, nossa espiritualidade se prostitui diante das ofertas "espirituais" que povoam rádios, púlpitos, cds, livros e outras coisas mais.
    A espiritualidade que queremos ter se esvazia. É, esvazia-se porque não se sustenta somente com encontros dominicais. Não se fortalece diante da força dos desejos e dos vícios mais secretos, que carregamos, exatamente porque não existe nenhum coquetel para a espiritualidade.
    Espiritualidade é ou deve ser cultivada na intimidade da alma e sua relação com seu Deus. A espiritualidade não pode ser alimentada nas barganhas feitas com um deus, gerente de supermercado, que mima os seus clientes com a frase famosa e cansada "o cliente tem sempre razão!".
    A espiritualidade que muitos alimentam é na verdade carnal. È mais carne do que espírito, é mais carne do que relação com o Alto.
    Pense nisso. Pense em como você deseja viver neste mundo, e fuja do paradoxo que contaminou a maior parte dos que dizem viver a fé, ou seja, viver nos encontros que falam de Deus, sem nunca conseguir encontrá-lo de verdade.

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